domingo, 26 de julho de 2020 | Filed in:
Criança,
tive uma relação muito próxima com meus avós, especialmente minhas duas
avós. Um pouco mais próxima da avó paterna, porque se ocupava comigo, era minha
madrinha e ensinou-me bordar, tricotar, crochetar, gostar de flores
e estimulou, porque gostava, o meu gosto pela leitura e para
ouvir música. Com a nona, avó materna, era uma sintonia diferente.
Gostava de visitá-la e encontrá-la em sua cadeira de balanço, sempre num
balancinho cadenciado... olhar brilhante e melancólico que perdia-se,
com frequência, no horizonte, lembrando ou sonhando algo... eu sentia
empatia e curiosidade em relação a este olhar; ele me encantava; adivinhava
segredos, tristezas, saudades de um passado distante. Por vezes, ela contava
alguns “causos”, mas sobre outros, nunca sobre suas vivências. As lembranças destas
minhas avós, são muito nítidas; me fazem bem e gosto de alimentá-las.
Minha
mãe e minha sogra foram ótimas avós para meus filhos; sempre presentes em
momentos importantes, até cruciais na vida de todos nós, especialmente dos
pequenos; amorosas e dedicadas.
Agora
chegou minha vez, nesta linhagem! Primeiro fui filha e fui neta. Então fui mãe
e agora eu sou a vovó! Estes eventos apaziguaram a minha vida. Como vó, vejo um
mundo que não via como filha, nem como neta e nem como mãe. E agora tenho
mais coisas: tenho tempo. Tenho escuta. Tenho paciência. Eu me delicio com os
horizontes, a cada dia e quase não penso no futuro. Repenso o passado, aprendo e
reescrevo, com minha neta, outras atitudes, olhar e fala. Além
do meu amor e respeito, compartilho com ela alguns saberes, os de herança
e os conquistados! Ah! E aprendo sem interrupção! Ela é um livro novo,
todo dia! Quando chega no portão de casa, lá embaixo, e se anuncia: - “Vovóóóó”!!!! Eu me preparo; meu coração palpita, sinto um sorriso iluminando meu rosto e,
por vezes, um certo assustamento diante do inusitado que se aproxima: - O
que me espera?!!!! Então, sua ternura me toma e acarinha: - “Vovó,
você é meu cachecol”!!!
sexta-feira, 24 de julho de 2020 | Filed in:
Coisa
mais linda!
A
manhã e tarde luminosa
exalando
beleza, sol, alegria
resiste
à pandemia!
Também
resisto e persevero!
Acompanho
meus alunos
produzindo
poesia
atravé s
da tela do computador!
Gente!
Gente! Que amor!
“Carinhas” pensando...
Sorrindo
diante de
uma
ideia, uma lembrança...
Brincando
com palavras,
rimas,
combinações
bem
humoradas;
metáforas
espontâneas,
ideias,
emoções misturadas!
Isolados
mas conectados
pela
magia da escrita,
numa
criação prazerosa!
Ah!
Meu coração agiganta!
Depois,
feito onda,
sob
o céu azul, dilui-se
num
infinito de esperança!
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Amor
enraíza.
Inicia
apaixonado!
Casamento
é
todo dia.
No
seu cotidiano,
coisas
casam
outras
descasam.
Se
desrespeitado,
fragiliza,
banaliza.
Amortece
com a
a
opressão e indiferença
antes
de tombar, enrijecido.
Mas
amor, de fato,
enraíza!
Há
chance de resgatá-lo!
Se,
em algum momento de luz,
acontece
escuta, reflexão,
querer
e humildade,
ele
ressurge!
Não
mais como antes, claro!
Com
outras vestes, formas,
expressões.
Transformado
amadurecido.
E
pode voar, respirar, inteiro!
Cada
lado, com suas asas!
Independente
e forte;
sem
demandas de complemento,
bengala,
receitas
e
ignorâncias
do
tipo “aguentar”.
Respeitado,
o amor agrega,
reaproxima
e convoca o olhar
para
o horizonte, esperançado!
Constrói,
cria
e,
livre,
descobre
a poesia!
Finalmente,
o amor
deixa
a superfície
torna-se
real, encarnado,
florescido,
dentro e fora;
bem
singular,
longe
do “lugar comum”.
Trabalho
duro.
sábado, 4 de julho de 2020 | Filed in:
senti uma suavidade,
diferente...
Abri os olhos
e, surpresa,
vi uma delicada libélula
pousada na minha mão…
Esta foi a resposta mais tocante
que já tive, em resposta
a uma oração.
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tão
suave
o
movimento
dos
verdes,
na
tarde ensolarada e geladinha;
que
julguei vislumbrar
agrado
e respeito
à
nossa clausura!
| Filed in:
Ela
passeava pelo céu,
solitária
e bela,
a
minha cúmplice da madrugada;
sem
ligar para a noite fria.
Surpresa,
porque eu dormia,
acordou-me,
para saber do meu dia!
Em
algum lugar,
o
vento, agora comportado,
lhe
segradara
que
pela manhã e tarde,
eu
chorara de emoção, alegria!
Deslumbrante
lua, sim, é verdade!
O
vento, por vezes delicado,
outras,
agitado e inconsequente,
não
mente!
Como
não emocionar, amiga,
ao
ver meus alunos,
através
do meu computador,
depois
de uma fala,
de
uma leitura;
produzindo
poesia,
rostinhos
concentrados, envolvidos
cada
um em sua casa,
por
causa desta pandemia
que
nos isola, mas
não
impede a sintonia?!!!
Que
delicadeza! Que queridos!
Que
momento! Que amor!
Lua,
musa minha e de tantos,
a
poesia provoca, “liga”, cativa,
aprofunda
sentimento,
olhar,
pensamento...
sutiliza!
Nos
deixa tocados;
com
ou sem palavras...
Sensíveis,
próximos,
criativos,
humanizados!
Revendo
meu dia, querida
penso
que um pouco de poesia
faria
bem a tantos
que
andam por aí, azedos,
desrespeitosos
e mal intencionados
semeando
dor e espanto
por
todos os cantos...
Vai,
lua!
Pela
noite bela e fria,
semeando,
esperança
e poesia!
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