Manhãs ressurgem!
E todos os dias,
nestes dias que se sucedem;
rolando momentos conturbados
aqui, no planeta Terra.
As manhãs ressurgem
como se nada houvesse,
cheias de possibilidades,
ignorando limites e máscaras.
As manhãs ressurgem
saudáveis, inocentes e belas,
alheias ao vírus que entristece
e tomadas de beleza
e de poesia!
Em campanha escancarada
pela manutenção e retorno da alegria!
Esta manhã, esta em especial,
ressurgiu com um presente:
um aluno poeta
lá na outra ponta,
entre o gel, a distância e a máscara:
“Profe, eu cuido de uma hortelã pimenta...
Eu cuidava de um girassol
mas ele murchou.
Mas eu, profe,
como sou poeta e artista,
vejo a beleza da planta murcha!
Ela vai se tornar adubo
e fazer bem para a nossa terra”...
Chorei. Choro, agora, ainda!
De emoção funda,
agigantada, explosiva e
porque eu não pude abraçá-lo!
Menino poeta!
Grata por ressurgir com a manhã!
Por ressurgir a poesia em mim
e trazer esta delicadeza
do olhar e avivar
esta compreensão singela,
simples e bela
do estar aqui.