Lindeza
a
generosidade criaturas
que
dividem espaço conosco
e
que doam, generosas,
seus
talentos, seus frutos!
Parece
que elas
compreendem
melhor
o
ensinamentos e o clamor
da
Mãe Natureza
e
da nossa essência:
somos
chamados
para
o exercício
de
amor e generosidade
diante
de tanta de dor
experimentada
e exaltada,
aos
extremos, em todos os cantos!
.
Olho para o pinheirinho,
enfeitado ou não,
com o encanto dos meus olhos
de menina, quando intuía as metáforas
e com o encanto dos meus olhos de avó,
que compreende e consegue traduzir,
algumas delas, depois de tantos Natais
e das releituras que faço da vida
e do olhar da minha neta.
Os enfeites contam as histórias do cotidiano;
os feitos, os fatos e os laços,
suas marcas no nosso corpo e na alma.
A vida vivida.
Já as luzes... Ah! Estas brilham, gritam, sinalizam
a ESPERANÇA que não morre!
Que brota da essência,
ininterruptamente,
falando que, sim!
Podemos ser, fazer e ter algo melhor,
aqui e agora, para todos nós!
A simplicidade de um menino,
um dia, numa manjedoura,
das crianças do nosso convívio
e desta que ainda vive dentro de nós,
ensina e clama o tempo todo!
FELIZ NATAL!
Quando ela abriu...
Surpresa!
Nasceu tatuada!
Tão verde, tão linda! Única.
- Como foi isto, folhinha?
- Coisas de uma lagartinha!
- Ah!
Estacionei o carro na garagem do
supermercado. Percorri o infindável (na verdade, uma quadra toda) corredor do
andar térreo até a entrada principal. Passei pela porta automática e cheguei na
rua, lá do outro lado. O dia estava lindo! Aguardei na faixa e
quando o sinal abriu, atravessei a avenida supermovimentada e fui até o banco.
E ali, desperdicei o “miolinho”, a melhor parte da manhã luminosa esperando
minha vez, na fila preferencial. Chato e cansativo, mas necessário. Fiz um esforço para continuar enxergando a
beleza do dia.
Voltei
para o supermercado. Agora, para fazer compras no 1º andar. Gosto de subir e
descer pela rampa, mas naquele dia, particularmente, estava cansada e resolvi aproveitar
a escada rolante. Não havia movimento, porém, um funcionário do
supermercado chegou primeiro. Passou a minha frente empurrando uma fila de
carrinhos abandonados, pelos clientes, na garagem. Abri espaço para ele e
fomos, os dois, subindo sem pressa, tranquilamente... até que surgiu, a passos
largos, atrás de nós, um senhor apressado que começou a forçar passagem,
impaciente. Apertando-se entre uma das laterais da escada e os carrinhos do
supermercado, finalmente nos ultrapassou, rude e grosseiramente, sibilando:
-
Ninguém merece uma coisa destas!
E
seguiu, movendo lábios e braços, numa conversa com ele mesmo. Não nos dirigiu,
sequer, um olhar. Tampouco as palavras ásperas foram dirigidas a nós. Ele não
nos viu! E foi isto que mexeu comigo! A indiferença. Ele não viu uma senhora,
um moço e uma fila de carrinhos subindo a sua frente, na escada rolante. Ele
viu apenas obstáculos a sua passagem. Obstáculos que ele não merecia.
Aconteceu no início da semana. Mas não foi a primeira vez que presenciei ou
vivenciei algo assim... Fiquei refletindo todos estes dias porque foi fundo. Eu
não conhecia aquele homem; nem ao moço do supermercado. E nem eles a mim. Mas eu
e o rapaz conseguimos nos perceber e partilhar o espaço, mínima e cordialmente.
Que
assustador e que dó, gente!
Dó
por esta terrível indiferença e falta de empatia que se alastra e abafa,
descolore e inviabiliza, ainda, os encontros, as cores do dia e os chamados do
horizonte.
PAI
NOSSO!
PAI
de todos e de cada um:
olha,
cuida, abençoa e inspira
estes
queridos especiais
e todos e tantos outros pais!
Saúde,
olhar, escuta,
paciência,
delicadeza
e
muito benquerer
a
cada um,
no
exercício cotidiano
da
sua paternidade.
PAI
NOSSO!
E como está
o meu velhinho,
que partiu há um tempinho?
Saudade
dele!
Do
seu humor
e
singularidade.
Ah! PAI! Gosto de imaginá-lo aí,
bem
feliz, CONTIGO,
espiando e lendo o que se passa,
aqui embaixo;
olhar
brilhante, curioso,
fazendo graça
e torcendo por nós, seus queridos!
A
gente roda,
nos
altos e baixos,
alegria,
dor, esperança
e
dissabor.
Cai,
levanta,
perde,
conquista;
emociona
e assusta.
Perde
o folego
com
tanta tristeza
e,
na mesma proporção,
com
tanta beleza!
A
gente se vira e revira
e,
de repente,
tudo
se equilibra,
simplesmente,
num
abraço!
Laços!
Fazem
e desfazem-se
na
superficialidade
dos
encontros,
no
oceano profundo
e
desafiador dos dias...
Porém,
"azeitados" pelo afeto,
cuidados
e empatia,
fortalecem
e
eternizam-se!
Ancoram
tristezas,
alavancam
sonhos,
agigantam
alegrias,
aproximam
distâncias,
acarinham
esperanças
e ressignificam
conquistas!
❤❤❤
Há uma ruazinha pequena que “desemboca”
num mercado. Eu gosto muito de fazer compras neste mercado; quase toda semana
estou lá... mas nunca havia percebido uma casa, quase na entrada do mesmo...
Hoje, a caminho das compras, eu
passava pela casa novamente sem vê-la. Mas minha neta viu. E chamou:
- Vovó! Olha este cartaz,
ali, na árvore desta casa!
Não perco nenhum chamamento da
pequena. Sempre me encanto! Sempre vale a pena! Então voltei e também vi.
- Legal, né vovó, que eles
repartem as frutinhas deles!!!
Meu coração ficou tomado de imensa ternura e tudo
que consegui dizer, diante da singeleza, simplicidade e generosidade inusitada,
foi:
- Que lindo, querida! – e segui
em frente, emocionada, segurando sua mãozinha.
Mas isto pareceu tão pouco! Então,
voltei e tirei uma foto. Para guardar o momento... Sabia que mais tarde, quando
estivesse sozinha, desejaria retomar, debruçar, curtir e finalmente escrever
sobre o fato, traduzindo sentimentos.
E prossegui, caminhando leve!
Porque uma coisa linda, destas, assegura e dá significado e sentido a tudo aquilo
de bom, solidário e fraterno que acalento no meu interior e, que às vezes,
esqueço, por causa das fraquezas e desalentos com a realidade. Fiz minhas
compras com alegria! O dia, para mim, ficou bonito e especial, como há dias,
após uma recente perda, não ficava.
Desde o ocorrido, pela manhã, até agora,
à noite; olhei para a foto com crescente
encantamento e desejo de compartilhar, sem, no entanto, encontrar as palavras
que gostaria...
Mas talvez deva ser assim: nada
de palavras! Apenas deixar cada um vivenciar um momento de contemplação,
reflexão e aprendizado; de escutar seu coração e encontrar com as metáforas
internas que o fato suscita.
Tantos
caminhos...
Tantos!
Estradas,
trilhas,
atalhos,
ruas
abertas,
ruas
mal iluminadas,
ruas
inacabadas...
O
que escolhi
me
trouxe aqui.
E
o que preteri,
onde
teria me levado?
Escolher
é
morrer
para
renascer.
Bom
ser
como
se é,
não
limitado
pela
ação do outro,
seu
desejo
ou
rejeição.
Bom
experimentar
espaços,
superfícies,
roupagens,
personagens.
Bom
descobrir talentos
gosto
e sabores
que
nunca aflorariam
se
não ousássemos curiosar!
No
barco
embarco
parto
farto
e abarco
na partida
comida
idas
vindas
feridas
e uma vida
comprida
Encontro
corpos
expostos
cobertos
incertos
lindos
tortos...
morada de gente.
O
barco segue
o vento
seu sabor.
As gentes
seguem
sua dor
O
vento
é livre
dono de si
não se importa
com sentimento
nem com o tempo.
O
barco
que se cuide.
A
gentes
que acordem.
O
vento
acaricia
e balança...
E
sacode.
Há
quem se arrepie,
quem
dance,
quem
chore!
Vento!
Para
quantos “ontens”
ou
quantos “amanhãs”
me
empurras?
Reverencio
todos,
todas
as criaturas
e
a mim;
nossa
fragilidade
e
o que está latente
e é grande, bonito
em nós.
Logo ali,
Mais uma curva
se completa, no tempo,
e um novo ano inicia...
Minha expectativa
para o encontro com 2021
é de empatia,
de um estreito abraço,
de “amor à primeira vista”!
E que o percurso seja assim:
tranquilo, bonito
de aparência e essência!
Com surpresas e inusitados
que possamos acolher
e enfrentar; compreender!
Com cuidados, boas novas
seguras que aquietem o coração;
acarinhem e curem feridas
e assegurem a vida, a saúde,
o ser e o ir e vir singular!
Que você seja você!
Que 2021 te contagie,
fortaleça, renove, anime
encha de esperança,
garra, saúde...
Com sonhos, olhos e coração
“encharcados” de belos horizontes!
Junto, meu carinho e abraço!