Poça d'água

 

 

A magia 

da poça d’água, 

do reflexo 

na água 

por primeira vez... 

Saltitar na poça 

e produzir um esparramo 

de gotinhas brilhantes 

para todos os lados... 

Descobrir-se no fundo da poça, 

- como é isso? - 

Ah! Coisa mais boa do mundo! 

Aventura deliciosa, 

assombrosa! 

Quem esquece? 

Eu não. 

Ah! A sensação de ser super, 

com galochas, capa e guarda-chuva 

vencendo corredeiras, 

que desciam, num alarido, 

pelos meios-fios das ruas da Colmeia, 

incentivadas  por trovoadas 

e nuvens sisudas, 

naqueles dias de chuva... 

No imaginário   

da menina que eu era, 

chegar no destino, 

seca e inteira... 

só por muito poder! 

Agora eu sei 

o quanto isto  

fortaleceu meu espírito. 

Então, experimenta!

Vai, Iris! 


As primeiras


                                                                                                                        


As primeiras flores!  

As mais afoitas,  

depois de um 

inverno longo,  

a expor-se, exibir-se 

ao sol apaixonante,  

neste início de primavera;

a insinuar-se, esparramar-se,  

espalhar-se, vicejar,  

transbordar beleza, simplicidade,  

curiosidade, 

desejo de viver,  

aqui nas redondezas,  

entre uma profusão de botões e brotos,  

foi esta lindeza!  

Esta florzinha amarelinha,  

feito sol repartido em pedacinhos, no chão,  

celebrando o final da introspecção  

e o começo da 

explosão de cores,  

formas, perfumes! Explosão de vida!  

Maravilhoso! Mágico!  

Impressionante este impulso imperioso,  

este desejo de viver, palpitante,  

dentro de cada criatura!   

Viver é bom, é chamado 

para ser o que se é, 

como se é!

Contrastes

 



Os anos passam, 

o cotidiano fica mais exigente 

e singular para cada um. 

Porém ele é generoso  

nas oportunidades 

de aprendizado. 

quem prefira e procure  

a melhor palavra, 

o momento mais vulnerável 

para ferir, destruir, banalizar, 

semear uma discórdia. 

quem prefira e procure 

a melhor palavra, 

o momento mais delicado 

para acarinhar, 

estender a mão, 

juntar pedaços. 

A boca fala 

do que o coração está cheio. 

O bom, o bonito disto 

é que é possível escolher,  

aprender, mudar o conteúdo pessoal 

se houver desejo. 


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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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