Sorrisos!




Qualquer dia!
Sorriso de flor
sorriso de criança,
sorriso de Maria...
Ai! Que amor!
Ai que meu
coração amolece
fico tola
um contentamento só!
A alma aquece
fica grande
fluta.. e no céu
encontra nuvens
desenhadas nas tardes
da infância;
barquinhos de papel,
sorvete, casinha,
lua cheia, bala
bola, corda,
pipoca, bonequinha!
Voa e depois desce
alma minha!
Me conta se há
algo mais belo
algo assim,
mais singelo,
do que um sorriso!
Qualquer hora
qualquer dia.
De amigo
de filho,
da Maria!
Um sorriso
assim, escancarado,
vindo de dentro
pleno, inteiro, genuíno!
Sorriso de criança!
Sorrisos doces,
barulhentos,
gostosos!
Longos ou curtinhos
de “oi”, de “estou aqui”,
“estou bem”,
de “eu te gosto”!
De bobeira, de alegria!
... de todos os jeitos!
Há os contidos...
Ah! Estes sorrisos
pedem ajuda
querem ser
gargalhados!

Meu lindo "Pé" de Primavera




 Na brisa
que acorda
o dia;
no frescor da
noite que entra;
na madrugada
que vigia:
ela sorri!
Sorri beleza,
sorri perfume
forte, doce,
envolvente!
Cheia de vida,
entre os verdes,
vestida de
brancos e lilases,
deslumbrada,|
toda contente!
Jovem flor!
Sem medo,
sem pudor!
Eu esperei
tanto, tanto...
pra te ver assim,
de todos os lados:
linda e perfumada!

Raios de sol

Raios de sol brincando nas águas do lago. Brilhantes, fortes, corajosos, ali, tão longe da sua fonte... Na quietude das águas e no silêncio da tarde, eu os encontrei e meu coração ficou tocado! Longe dos barulhos e murmúrios da cidade, houve espaço para respirar e deixar o tempo simplesmente passar, cheio do canto dos quero-queros e dos sabiás, dos grilos e das conversas entre as criaturas da mata. Que mais havia? Um cachorro espreguiçando-se à beira do lago, patinhos desfilando majestade e uma mula pastando, calmamente, na tarde ensolarada e luminosa; de quando em quando espiando as cercanias... No ritmo da atemporalidade, o verdes das árvores misturava-se com seu reflexo verde nas águas. Onde começava um e terminava outro? Em que lugar se encaixavam, ali, preocupações, anseios, correrias, compromissos, planos, projetos, metas a cumprir? Os raios de sol brincavam ali, faceiros, esquecidos do tempo e da hora, felizes! E uma parte minha foi brincar com eles. E era tudo e só isto que havia.

Verdes

    Da minha janela - BC
 
 
 
    Campo Pintarelli
 
    Campo Pintarelli
    
    Várzea - Itapema
     
    Campo Pintarelli

Verdes
Verdes
Verdes!
Claros, escuros
Intermediários!
Brilhantes
desbotados;
“verde louro”
nascendo,
morrendo
vibrando
por todos os lados!
Entrando pelos
meus olhos
pelos poros
pelas ideias
coração tomado!
O verde da vida.
Alegria!
Beleza!
Sossego.
Mistério.
Milagre!
Verde exagerado
necessário,
abraçando a gente
em formas e tons,
sem exigências,
entregue,
apaixonado!

Mais valia

“Orgulho de ser poeta”.  Título do livro de poesias de uma de minhas turmas, neste início de primavera. Os alunos me põe pensar...  Dou grande importância e lugar especial aos seus escritos e eles me devolvem escolhendo, entre tantos títulos sugeridos por eles mesmos, este. O livro ficou lindo, dividido em três momentos: sensíveis, atentos e tranqüilos. Rico conteúdo. O das poesias e o do título. E me encanta a confiança e a lidança livre com a palavra; livre do medo de errar, de não saber, de não agradar e de ter que corresponder à expectativas dos adultos. Apenas expressar o sentimento, o pensamento; independentemente  do que isto possa causar; do que o outro possa pensar; exercendo seu direito de existir e agir e, de ser singular. Me encanto com o sentimento de “mais valia” que cresce e aparece sem arrogância, mas com espontaneidade e elegância. Expor-se e arcar com as conseqüências; assumir e defender os posicionamentos infantis, ainda, porque são crianças, mas sem infantilidades; como poucos adultos são capazes. Assim, eu me orgulho dos “meus poetas” que têm orgulho de serem poetas, num mundo cheio de agruras e securas; de adultos  desencantados,  imaturos e equivocados; marcados pela menos valia.

Saudade


Cedinho;
acorda-me a chuva,
à janela,
com doces melodias
produzindo saudade...
grande saudade de mim
vindo junto,
misturada com
uma grande saudade de ti.
Do enlevo,
do encanto
de olhar o mundo
através do meu
amor por ti.

Olhar novo

  Maria Margot
   Quando o dia amanhece, vejo que tudo está absolutamente no mesmo lugar e a vida esperando que eu a continue escrevendo de 0nde parei antes de dormir. Há um roteiro pronto. Personagens definidos. Cenário construído. Tudo para continuar a mesma história. Repetitivas cenas, previsíveis ou aborrecidos diálogos ou ausência deles. Conhecidas delícias, momentos de grande clímax! Mesmos sonhos. Mesmos fantasmas. Mesmas limitações. Um roteiro desgastado, mas que se impõe e persevera. Porém... ah! Porém, (adorável conjunção adversativa!) é perfeitamente possível que eu abra meus olhos, veja que tudo está absolutamente no mesmo lugar e a vida esperando que eu a continue escrevendo de 0nde parei antes de dormir e... posicione meu corpo de outra forma, olhe para o dia como se fosse a primeira vez e escreva um roteiro diferente; redescobrindo a escrita e o encanto de viver este primeiro dia!


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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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