domingo, 3 de fevereiro de 2013 | Filed in:
Uma
coisa deliciosa é a expectativa diante de algo que a gente espera com ardor,
desejo intenso! O pequeno Príncipe falou com propriedade disto: “se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde
as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me
sentirei feliz”... Como será, o
que acontecerá, o que haverá? Muitos até dizem que esta parte é o melhor da
festa: a preparação, o “antes”. Depois de mais de trinta anos, ainda a
expectativa para saber o que me caberá, neste ano, na escola! Com que turmas
irei trabalhar... e o quê? Depois que
isto se define, continua a sequência de deleites! Como voltarão os alunos
depois das férias? Alguém saiu, alguém chegou? O sossego se vai... emoção e
razão vão se alternando num fervilhar de ideias... até que planos, projetos,
metas, propostas começam a ocupar espaço nas folhas e uma doce quietude vai se
instaurando... Mas a gente sabe que é por pouco tempo; que tudo isto que vai
sendo organizado, logo estará sendo revisto, transformado, ampliado, enriquecido...
num processo vivo, dinâmico e encantador! Jamais isento de tensão, inquietudes
e grandes desafios. Cheio de incógnitas e muita, muita expectativa! Um
desconhecido dentro do conhecido a todo momento! Caminhos e horizontes
abrindo-se aqui e ali, a cada encontro, cada questionamento, cada sugestão, hipótese,
possibilidade; a cada “puxada de tapete”, conflito, obstáculo; cada partilha,
(re)descoberta, construção... Cada texto um pretexto para criar outro contexto;
que por sua vez produz novo texto, que
serve de novo pretexto.... e assim sucessivamente... num turbilhão sem fim,
envolvente, atraente e extremamente exigente. Difícil não ter expectativa, na
vida, no cotidiano. Difícil não esperar, não imaginar, não desejar, mesmo
quando se procura viver o momento! Não sentir o “friozinho na barriga”, coração
palpitar... na iminência de um acontecimento especial! Sensação maravilhosa esta: de
se estar vivo! ... “Às quatro horas,
então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu
vens a qualquer momento nunca saberei a hora de preparar o coração”... Mesmo que seja uma expectativa
despretenciosa, leve, que se conserva e alimenta com amor, somente para manter, no mais íntimo do
íntimo, no âmago, na essência, um sopro, um alento, uma chama que valida e
valora a vida como ela é... e, bem mais no fundo ainda, como poderia ser! De repente, nada mais do que nossa vocação para o novo, o movimento, um pouco mais além...
This entry was posted on 08:04
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário