domingo, 12 de outubro de 2014 | Filed in:
Infância... Mundo rico!
De incessante movimento! Descobertas deslumbrantes! Associações
desconcertantes: pura inteligência! Pensamento mutante... ir e vir, retomar e
voltar; abandonar e mais adiante voltar e prosseguir de onde parou... memória
fantástica! Franqueza desconcertante! Entrega absoluta ao momento presente.
- “Tu “iu”, Dindo,
desenhá coisas lá no céu”?
- Sabe que dia é hoje,
dindo? Hoje é dia de sol!
- Tu mentirô, vó!
- Vó... não fica tiste.
Eu ti amo!
- Quer um suquinho para
acompanhar, Margot?
- Não! Qué pa tomar!
- A boboleta foi lá po
céu, junto com o Bin e a Liza...
- Vó! Vamu bincá di
maquiage? Posso pegá o blush? Passá o gloss?! Só um poquinho... Eu que passo,
tá, vó!
- Vamu bincá di
ecolinha? Eu sou a pofe... quianças, atás di mim... Ai, ai, ai... não podi bigá, viu? Não pódi
modê! Já ti falei! Agora tem qui pensá um poquinho.... olha pra mim! Olha pra
mim... não podi modê, faz dodói no coleguinha... Agora vamu fazê tabalinhos...
pega a cola... vamu colá? Recota um sol, vovó! Hora di lanchá! Vamu fazê um
lanchinho, vovó!... agora, senta aqui nu chão, vó... vamu conversá? Agora conta
historinha... Não! Não esta, vó! É esta aqui, da menina do laço de fita! Ah! Rasgô o livro... ah! Não faz mal, né,
vó... Eu conto a historinha, tá, vó! Ota
historinha... Era uma vez, uma buxa malvada... agora eu vô passiá com a
Bombom... tu faz comidinha pa genti, vovó?... A mamãe foi tabalhá, ela já
volta... não pecisa chorar! O papai também... ele vai no mecado, compá
carninha, suco de uva, água di coco! Não quero comê, vovó, comi na ecola, a minha “bariga” tá bem cheinha!!!!
Quero colinho, vovó... e o meu bibi... canta, vovó"!
E assim vai a conversa!
Até chegar o soninho, no ombro, no colinho, no sofá ou na caminha... Tudo a ver
com tudo! O brilho do olho, a fala, o braço, a mão, o pé, a boneca, o lanche, a escola, o papai, a
mamãe, o livro de historinha... os sentimentos sendo atualizados o tempo todo,
falando de si e do outro (quando ainda é de si mesma); num sem fim de palavras
e gestos, saracoteios, corridinhas, sacolejos, choros e risos, caras e bocas!
Será que ela respira entre uma
e outra coisa? De onde tanta energia?
Esta dinâmica, esta
riqueza de detalhes e de inusitados; estes encadeamentos de palavras e gestos
tão cheios de encantos, de ingenuidade e deliciosa espontaneidade, nunca mais!
É só da infância! É só da criança!
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