domingo, 7 de dezembro de 2014 | Filed in:
Hotel Vale das Pedras - Jaraguá do Sul- SC
O deck do hotel estava silencioso e iluminado pela luz suave do dia que amanhecia. Poltronas, puffs, bancos dormiam e sonhavam com a festa, conversas, risos, encontros, esperas, expectativas e descansos do dia anterior; antes do silêncio.
Assim silenciosos, também estão o
quintal; a árvore majestosa e acolhedora,
as salas de aula, os corredores, os balanços, o palco, a caixa de areia;
as varandas e a mata toda, ao redor; aguardando, em doce expectativa, que a
alegria barulhenta, numa onda colorida e espiralada, atravesse e rompa a
quietude instaurada.
Antes do silêncio, tinha música. E a música convidou para a dança, para o
jogo, o movimento ritmado, livre e inteiro do corpo. Antes do silêncio
aconteceu um desencontro, que depois de uma conversa, acabou num abraço. Antes
do silêncio houve distração, banalização de tantas coisas sérias; que depois
foram redescobertas e valoradas. Antes do silêncio, houve uma espera, longa e
espinhosa, que acabou num brilho de olho de mãos dadas com a alegria! Antes do
silêncio aconteceram combinados; segredos partilhados; planos idealizados.
Lágrimas rolaram; medos cresceram, inseguranças sanaram e belas ideias
germinaram. Antes do silêncio, a vida
palpitava, urgente, vibrante,
impulsiva e amorosa! A criançada brincava, reclamava, exigia,
confiava e adormecia no ombro da gente... e, de repente cresceu! Antes do
silêncio.
O silêncio é agora. Quando todos se foram e
deixaram ali a saudade... E a saudade fala de cada um e destes jeitos
diferentes e especiais de cada um. A saudade fala do carinho construído; do
respeito conquistado. A saudade fala do que foi possível e do que não pode ser
concretizado; das limitações e impotência diante do inusitado. A saudade fala
das pequenas coisas vividas e que não pareciam importantes e que agora se
percebe: eram essenciais.
O
silêncio, agora, fala disto que o coração está cheio e na memória dos sentidos,
armazenado; disto que ficou de antes do silêncio, quando foi gestado no vivido
esperado e no inesperado: só benquerer!
É o benquerer que fica, agora, no
silêncio das ausências, das distâncias, das separações, das despedidas e da saudade; alimentando os
dias e motivando novas auroras, novos
horizontes, novas caminhadas.
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