domingo, 12 de novembro de 2017 | Filed in:
Ah! Domingo maravilhoso! Pura alegria e
beleza para onde corre o olhar! Desconfio de um pacto entre o sol, o céu, o
mar, os verdes, as cores, as borboletas, a passarada, a brisa, a temperatura e
o nosso humor! Só para nos lembrar quem de fato somos, onde estamos, o
que estamos fazendo aqui, como estamos fazendo e o que realmente tem
importância! Dia de paraíso! Impossível não perceber e não sentir esta onda de
benquerer! De leveza! De alegria genuína e singela! Será o espírito natalino
chegando? Nossa sensibilidade aflorada por alguma magia; “colher de chá” das
divindades? Será nossa “humanidade” vivendo um momento de liberdade; livre do
querer, do poder, do ter, do consumir, do espinhar, do oprimir... livre para
ver! Livre para enxergar novos horizontes! Livre para sentir! Livre!!! Livre
para só respirar... sentir o peito expandir, o curação pulsar! E não sozinho!
Dá para ouvir as minhas batidas e as do coração do outro... e do vento... e das
ondas.... e da floresta... e do universo! Ah! Corações em uníssono numa
manhã ensolarada e risonha de domingo!
Caminhávamos na calçada, procurando um lugar
para almoçar. Eu estava tomada por esta alegria interna em funda sintonia com a
externa - tão raro! – contemplando os arredores e nem vi como se deu o
encontro. “Peguei” a conversa já iniciada:
- “Pois é, moro aqui! Olha só que beleza a minha casa! Eu
tenho dois andares onde posso dormir, me abrigar, descansar! Se pular o muro,
tenho, do outro lado, o mar! – dizia um rapaz, faceiro, ao nosso lado.
Eu procurei a casa, enquanto ele - e então vi que era um
catador de lixo - pegou o seu carrinho e lá se foi, cantarolando, feliz! Olhou
para trás, para nós e completou:
- “À noite, eu volto para minha linda casa”!
Falou com alegria, com intimidade; como se fôssemos
amigos nos reencontrando! Não havia preocupação, nem temor, nem deboche, nem
desconfiança. Simplesmente partilhava sua alegria, o seu bem! Era clara a
sua certeza de que veríamos a sua casa com seus olhos e que sobre ela, teríamos
a mesma opinão, o mesmo encanto, o mesmo orgulho, o mesmo respeito, o mesmo
valor!
Foi então que eu vi a sua casa.
Vi primeiro a flor! E a partir dela todos os demais
detalhes e significantes.
Partilho este presente! Hoje parece ser o dia das coisas
boas, dos presentes sutis, estes que nos tocam por inteiro. Destes que quanto
mais olho, toco, remexo, mais coisas ele me dá, fala, acorda; faz
borbulhar meus sentimentos, minha consciência; produz indignação,
silêncio, emoção, lágrimas, pensamentos e um pensamento "mas do que é
mesmo que estamos falando"?
Das minhas memórias mais fundas emergiu, logo depois deste encontro, a frase,
das mais lindas: “onde está o teu tesouro, aí está também teu coração”!
Desconfio que minha alma soprou-me isto isto no afã, na esperança de que com ela,
eu possa aproveitar melhor o presente.
sexta-feira, 3 de novembro de 2017 | Filed in:
Nas
nuvens!
Brincando
de voar,
voando
sério!
Sem
o pé no chão!
Lá
vou eu!
O
sonho que
não
se esconder
é
meu!
O
mundo da lua
é
esta brancura
que de infinito
me
abraça
ou
é este olhar
de
azuis e verdes
que
de baixo
me
enlaça?!!!
quinta-feira, 2 de novembro de 2017 | Filed in:
De longe, fiquei
impressionada e curiosa... De perto, emocionada com a força e agilidade do
guerreiro Guaicuru! Belissímo! Ali,
homenageado num não menos belo parque de Campo Grande, MS; cidade que aprecio muito! Onde
também tenho uns queridos especialíssimos! Considero importantes e legítimas
estas homenagens, este reconhecimento. Que bom! Parabéns! Fico sensibilizada.
Reflito e penso... bom mesmo seria que este reconhecimento aos povos indígenas,
sua história e sua cultura ultrapassasse os limites dos parques e das reservas,
das cidades e dos estados; vencesse o preconceito, o desrespeito, a ignorância,
a intolerância e a grande injustiça que
permeia, tanto a história que passou,
como a história que continuamos escrevendo... Reconhecimento não só em relação
aos indígenas, mas também em relação às outras categorias desprestigiadas.
E muito bom; mas muito melhor mesmo, seria a
convivência de benquerer, respeito e aprendizado que poderíamos ter e que
fortaleceria nossas singularidades; enriqueceria o coletivo, a comunidade, a nação: se eliminássemos
os rótulos e a ganância!
Por hoje, eu me curvo e saúdo o guerreiro Guaicuru!
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Provedor.
Cidadão posicionado,
trabalhador.
Teve
muitos amigos!
Mas não
foi ilustre,
não foi
letrado,
nem
poderoso, nem abastado!
Não foi
consenso.
Teve
defeitos reconhecidos,
apontados.
Porém,
encontrou e viveu,
como
poucos privilegiados,
a sua singularidade!
Intensamente!
E,
deixou-me uma riqueza:
um
remédio poderoso
que cuida
das minhas feridas
e mantém
meu encanto
pela
vida, todos os dias!
Ele me
apresentou
e
presenteou com dois mundos:
um, do
olhar curioso, apaixonado
e o
outro, das palavras,
sempre
geradoras de outras
e outras
e mais outras....
Neste seu
olhar profundo
e
interação criativa
com as
palavras,
faltou, certamente, a
delicadeza,
o verniz,
o fino trato;
mas
nunca, a sutileza!
Via o que
outros não viam!
Revestia
e desvestia palavras
transformando-as
em outras
com a
maestria e simplicidade
de um
poeta
que não
se descobriu ser.
Imagina!
Ele não se dava
a menor
importância;
intitulava-se
semianalfabeto!
Oscilou
entre a
a boemia
e a clausura.
A
“cangibrina”, tão polemizada,
foi o
divã na lidança
com as
privações, humilhações,
culpas,
os limites,
a
ignorância sobre tantas coisas,
a
sensibilidade incompreendida
e os
sonhos...
porque os
seus olhos,
marejados
de horizonte,
sonhavam,
sim!
Há tempos
investigo
e viajo
por estes horizontes, pai!
Dia
destes,
olhando-me
no espelho,
eu
te vi, querido!
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