quinta-feira, 22 de novembro de 2018 | Filed in:
Bailarina!
Com
o vento
gira no movimento;
com
a música
revira
sentimentos!
Equilibra
peso,
palavra
na ponta da língua
desconforto
na ponta do pé.
Baila
alinhada,
comportada;
nada
fora do lugar,
nenhunzinho "cabeloflor" sequer.
É flor bailarina!
Dança,
gira,
revira,
equilibra
e
revela
sensibilidade
sensibilidade
talento,
amor
à
música,
à
dança
à
natureza mulher,
à
vida:
esta
borboleta dançante
em metamorfose constante,
despetalando-se
cotidianamente em flor:
bem-me-quer
malmequer...
cotidianamente em flor:
bem-me-quer
malmequer...
terça-feira, 20 de novembro de 2018 | Filed in:
O outono iniciava
mas foi um restinho de
primavera
que festejou em meus olhos,
aquecendo a manhã geladinha:
uma explosão de flores!
Não em canteiros;
mas em esculturas!
Esculturas de flores!
De repente, a vida
descansou,
meu olhar quedou
o joelho dobrou...
- “É a Te Fiti, vovó!” –
diria Margot...
Do meu mais íntimo
brotou um soluço
que, incontido,
virou correnteza
de emoção, de lágrima...
Era ela, sim!
Plasmada em flores,
bela! Sorrindo para mim!
O eterno feminino!
A Grande Mãe Natureza!
Doce! De olhos cerrados
vasculhando minha alma,
com uma delicadeza de doer...
Mãe amorosa!
Grande Mãe!
Provendo com amanheceres,
sol, água, possibilidades!
Com a fertilidade da terra,
com os talentos individuais,
com as singularidades!
Me deixei envolver,
abraçar e ali ficar...
entregue e esquecida de mim;
mergulhada nesta maternagem
que me liga aqui, lá e a ti!
Ai que cansaço,
irmãos de ventre,
que me deu ali!
Das querelas,
das injustiças,
do medo,
das asperezas e engodos.
Depois do cansaço,
o silêncio do vazio...
Ali, então, ela semeou!
E, de lá para cá
meu desejo é sair por aí
esculpindo, com abraços,
um sem fim de belezuras !
quinta-feira, 8 de novembro de 2018 | Filed in:
No
sábado passado, apareceram dois gatinhos pretos, bebezinhos. Um,
bastante ativo e chorão; outro, tranquilo e dorminhoco.
Trouxemos
para dentro de casa; demos leitinho com conta-gotas, acarinhamos e aplicamos
“reikinho”, como diz a netinha Maria Margot. A primeira noite não foi nada boa. O
Chorão não sossegou. Mas seguimos a rotina, alimentando, cuidando.
A
segunda-feira amanheceu com os miados de uma gata adulta, pelas redondezas. A
suspeita foi a de que era a mãe dos gatinhos, procurando por
eles! Mais tarde, chegou a notícia de que também havia um gatinho
abandonado, miando embaixo da rampa, na escola, ao lado de nossa casa... e que
quando foram resgatá-lo, não o encontraram mais. A hipótese era a de
que a mãe viera buscá-lo. Será?!
Acendeu
uma esperança! Se fora isto, então era provável que a gata viesse em busca dos
que estavam conosco. Retiramos os gatinhos de dentro de casa e os deixamos à
vista, no quintal, dentro de uma caixa. Ficamos escondidos, vigiando. Eu tinha
preocupação; moramos no abraço de uma floresta; outros animais poderiam vir
atacar os pequeninos... felizmente, isto não aconteceu!
Na
segunda, à tarde, a mãe apareceu! Também preta. Ela entrou em nosso quintal e
miava desesperadamente; mas não aproximou-se dos filhotes. Foi embora. Naquela
noite, depois de alimentá-los, nos arriscamos deixar os dois filhotinhos fora
de casa; acreditando que a gata só viria pegá-los se não estivéssemos perto.
Dormi pouco, apreensiva, escutando o Chorão.
Logo
cedo, na terça, vimos que um deles, o Tranquilo, não estava na
caixa! E que o Chorão, chorava ainda mais desconsolado! Que
barbaridade! Mas por que a gata não levara os dois filhotes? Durante o resto do
dia, o Chorão ganhou muito colinho, “reikinho”, papinha e cuidados especiais de
todo mundo. Aquietou um pouco. À noite, resolvemos dar uma última chance à gata
mãe e deixamos, novamente o Chorão do lado de fora, na caixinha... Perto da
meia noite, não escutando mais os miados, fomos averiguar... ele não
estava mais na caixa! Então ela viera!!!! A mãe gata! Linda! Veio atrás e fez o
resgate dos filhotes perdidos!!!! Demais!!!
Que
coisa! O que teria acontecido? Os vizinhos próximos
não sabiam do que se tratava. De onde vieram os gatinhos? Quem tentou separar
esta mãe e seus filhotes? E como esta gata veio atrás? Que amor e grande
paciência moveu esta mãe para resgatar os filhos!!! Haveria outros gatinhos espalhados pelas redondezas? Mas, e se não foi a gata, quem pegou os
filhotes? Por vezes este pensamento me assalta... porém as evidências apontam
para o resgate e meu coração, apesar do “batalhar das antíteses”, lá na mente,
está sossegado!
E
eu gosto de imaginar esta “mãezona”, heroína, solitária e enlouquecida de
dor... mas corajosa! Procurando suas crias... investigando cada canto, cada
cheiro, cada miado... desafiando obstáculos; enfrentando a maldade e a má
vontade humana; virando “mundos e fundos” para recuperar seus filhotes! Para
estar com seus filhotes, apesar da adversidade e daqueles que se julgaram no
direito de separá-los!!!! Já estávamos nos apegando aos gatinhos, fazendo
planos para integrá-los aos nossos outros gatos... mas nada pode ser melhor
para eles do que estar com sua mãe! Ainda mais uma mãe destas! Vida longa ao
Chorão, ao Tranquilo e sua mãe guerreira!
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