quarta-feira, 26 de agosto de 2020 | Filed in:
Sob
o asfalto,
a
terra agoniza;
sem
ar,
sem
sol,
sem
verdejar
sem
frutificar.
Escuto
seu lamento.
Agora
escuto.
De
repente, vejo
num
curto e rasteiro
lampejo.
O
asfalto
amordaçou
pedaços
de vida.
A urgência de caminhos,
a rapidez,
a
praticidade
e
a comodidade
conquistadas,
sufocaram
ânsia
de sentimentos,
liberdade
de pensamentos
e carência de movimentos.
O
asfalto
acinzentou
caminhos,
avançou
calçadas,
subiu
morros,
interligou
o mundo
e
fabricou outros muros.
As
distâncias, agora,
são
outras.
sábado, 22 de agosto de 2020 | Filed in:
A
menina tem olhar:
-
“as bonecas
têm
frio, vovó”!
A
vovó tem escuta.
Tricotar
benquerer
é
tempinho de nada;
aquece e
enlaça!
| Filed in:
O
livro e um vídeo do Marcos Piangers mexeu com minhas vivências enquanto filha
e profe e, fortaleceu a compreensão da importância e diferença que faz na vida
da gente, sentir orgulho do nosso pai. Lembro do orgulho que tinha do meu pai,
quando criança! Admirava sua profissão, caixeiro-viajante! Parecia algo mágico
sair na segunda e voltar na sexta, percorrendo estradas, lugarejos, sob sol,
poeira e chuva, com estradas derrapantes! Mais ainda: chegar na sexta com uma
sacola com rapadura, banana, abacaxi e
balinhas, para nossa delícia! O que poderia ser melhor e maior do que este
carinho, esta lembrança?!! Na época, estávamos muito distantes do consumismo e
do descarte fácil das coisas. Depois,
passei admirar sua assinatura! Achava a coisa mais linda aqueles traçados e não
entendia quando ele dizia: “filha, teu pai é um semianalfabeto”. Depois,
admirei seu sobrenome, Schmitz e, decidi que, quando crescesse, queria me casar
com um homem que tivesse o mesmo sobrenome, para não mudar (na época, era
assim, a mulher assumia o sobrenome do marido). Extraoficialmente, ainda hoje
só uso o Schmitz!
Cresci e o pai-herói desmistificou, caiu. Ficou a realidade:
apenas um homem, com limitações e talentos. Com o pé no chão, cultivei respeito
e carinho pelo meu pai; reconhecendo suas qualidades e aprendendo a conviver
com seus limites; admirar sua luta para sobreviver, prover a família. Homem
simples, alegre, trabalhador; que não desistiu da vida, apesar de todas as
mazelas e faltas na infância e juventude! Que foi à luta com o que tinha e
podia. Nos deixou muito valor: senso de justiça, a importância do trabalho, o
bom humor e o olhar brilhante, lacrimejante e melancólico que muitas e muitas
vezes perdia-se no horizonte, atrás de coisas que eu nunca soube; mas herdei.
domingo, 9 de agosto de 2020 | Filed in:
Pedro Casaldáliga partiu.
Descansa, Pedro!
Quando alguém querido se vai,
fica tristeza e vazio.
Quando alguém querido e essencial se vai,
fica, de início,
esta sensação de desamparo,
orfandade de voz, de bondade,
de justeza e de solidariedade;
de quem acredita, se importa,
luta por e luta com
aqueles que ninguém vê
ou quer ver.
Pedro se foi,
mas continua conosco
na sua obra,
seus feitos, suas opções,
seu exemplo
e sua poesia:
segunda-feira, 3 de agosto de 2020 | Filed in:
Tempo de recesso
e também de pandemia
é tempo de casulo,
na cabeça de profe!
Tempo de
reflexão
embelezamento interno,
trabalho,
estudo…
Até chegar o tempo
da borboleta!
De repente,
ideias
saudades
sonhos, projetos,
vestidos de borboletas
eclodem!
Esvoaçantes!
Verdes,
vermelhas,
coloridas
borboletas
intuindo horizontes!
Esperançosas,
encantadas!
Atrás do seu voo
segue o
sorriso tranquilo
e cúmplice
da profe...
visualizando
encontros,
talentos,
ternuras
e partilhas!
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