domingo, 1 de maio de 2011 | Filed in:
Silêncio preenchido de ti
fortalece, ilumina
produz alegria
bem fazer,
alimentado por elos
e afagos sutis.
Silêncio da tua ausência,
sem significantes,
é áspero, seco
tortura a alma,
que, errante,
se debate, pena
sem sossego,
sedenta
de encontro.
terça-feira, 26 de abril de 2011 | Filed in:
Não esperar.
Aprender a respirar;
aceitar
o dia e a noite
como chegam.
As cores
como combinam;
os ventos
como dançam;
a chuva como canta;
tua palavra
quando quer.
Guardar, proteger
uma só faísca
para que
se um dia chegar,
haja luz!
Calor!
A vida pulse e
retome seu curso.
| Filed in:
Ah! Se o futuro do pretérito
não existisse...
Sol! Presente!
Alegria! Presente!
Cantoria! Presente!
Saudade! Passado!
Medo! Passado!
Culpa! Passado!
Tempo! Futuro!
Escrever! Futuro!
Pousar... Futuro!
Futuro do presente,
do possível.
segunda-feira, 25 de abril de 2011 | Filed in:
a liberdade
da alma!
Seu voo
mais alto!
Intercecciona
aproxima
reconcilia
apazigua
eleva
e ainda, além,
muito além,
nas regiões
mais douradas
e sublimes
dos universos
exalta
o meu amor!
domingo, 24 de abril de 2011 | Filed in:
E hoje é domingo de Páscoa.
Cheiro de vó,
gosto de mãe,
sons da infância
mágicos e incompreensíveis.
Imagens doces do
“ ninho” cheio de palhas,
dos ovos cozidos, pintados,
da surpresa! Do inesperado!
Onde estaria escondido,
o “ninho”?
O que haveria dentro?
Esta era a magia:
o não saber,
o esperar,
o imaginar. O procurar.
Por isto gosto tanto da palavra “ninho”. É mais bonita do que “cesta”. Mais profunda. De maior significado. Cesta é depósito. Bonita, mas artificial, fria, a gente pode comprar, objeto. Ninho a gente faz; é lugar preparado de dentro pra fora com o conteúdo da gente, a cara da gente, a energia da gente. É lugar quentinho, amoroso, acolhedor. Um útero, um colo, um abraço. Pode ser uma casa, um lar. Um altar! Hoje crianças, adultos compram, recebem, escolhem "cestas" e o que vai no seu interior; mas é porque, tristemente, perdemos ou abandonamos muitas palavras e o seu significante. No fundo, se soubessem como expressar, pediriam um “ninho”, porque, salvo exceções, é sempre um ninho que a gente quer... um ninho! E tudo que ele pode representar para cada um, em qualquer momento da vida.
sábado, 23 de abril de 2011 | Filed in:
No alto,
a folha desprendeu-se
amarelinha que estava
e flutuou no espaço.
Único voo! Lindo!
O da despedida.
Pousou nos braços
da mãe terra
adormeceu feliz.
Missão cumprida.
Assim me sinto
sempre que
pouso no teu abraço.
sexta-feira, 22 de abril de 2011 | Filed in:
Algumas coisas a gente nunca esquece. E elas se atualizam num instante, quando algo, no presente, evoca. Hoje, passeando pela cidade com familiares, vimos o palco montado e grande movimentação nos jardins da paróquia central e nos aproximamos. Um grupo de jovens encenava a paixão de Cristo. Quando o espetáculo acabou, os jovens sorridentes, abraçados, no palco, tiravam fotos. Acompanhei cada ato com grande emoção. Não só pelo conteúdo, mas muito mais pelas lembranças que tomaram meus pensamentos e sentimentos. O esmero e a alegria dos jovens no palco foi aos poucos se misturando com as lembranças do trabalho e do riso de outros jovens, num outro tempo, há mais de trinta anos atrás, numa mesma situação... No porão da paróquia, nós, um grupo de jovens de 14 a 17 anos, encontramos ali, por alguns anos, um espaço para conversar, expressar, exercitar e partilhar, buscas, sonhos, inquietudes, medos; misturando curiosidade, religiosidade, conhecimentos, críticas e questionamentos sobre a vida e, alimentando nossos ideais singulares. Era bom estar junto! Boa a sensação de pertencer a um grupo, construir e estreitar laços, partilhar emoções e descobertas; com certa liberdade para criar e expressar o nosso sentimento, nossa compreensão da religião, do mundo, das questões sociais naquele contexto. Eu me lembro com carinho e grande saudade das nossas conversas, das confidências; dos planos, dos momentos de reflexão, meditação; do lazer, dos conflitos, da confraternização com outros grupos e das “produções” teatrais, onde cada um tinha o seu papel: escrever, dirigir, atuar, cuidar do som, das luzes, do figurino, do cenário... fico feliz com estas lembranças e com esta história vivida! Uma parte boa da vida, que deixou marcas bonitas e amigos queridos que trago sempre bem guardados. E fico feliz quando vejo jovens juntos; produzindo coisas, aqui, ali e em outros lugares; cheios de vida, alegria, estudando, trabalhando, pensando, sonhando, criando, amando! Conforta, num momento em que também ouço e vejo muitos jovens juntos no ócio, na bebida, na droga, no desrespeito e banalização de tudo. Sem expectativa, sem sonhar, sem desejar algo diferente. Isto é doloroso.
Assinar:
Postagens (Atom)