domingo, 13 de junho de 2010 | Filed in:
Uma senhora conhecida, próxima, de 70 anos, contou-me que o marido, um pouco mais velho, havia agradecido a ela por compreender que neste momento, ele não poderia fazer algo que ela estava querendo muito. Estava emocionada e eu também fiquei. Poucos agradecimentos ele fez a ela nestes anos todos de convivência. Por isto ela estava tranqüila tendo que renunciar, mais uma vez, a um desejo; por causa dele. Com certeza ele agradeceu outras vezes, de outros jeitos, mas não com a palavra. Pena. Ela nunca soube e com certeza, saber teria feito diferença, como fez agora. Se a palavra não vem; qualquer coisa pode ser colocada ali, naquele silêncio e, nem sempre é a palavra verdadeira. Coisas, sentimentos, idéias... precisam ser falados. É caso de saúde e de respeito. Dor de ouvir pode, um dia, amenizar, curar. A dor da dúvida, da indiferença, do silêncio adoece a alma e por fim, o corpo. Meu pai usa, apropriadamente o termo “imaginações não comprovadas” sempre que ele ou alguém está supondo algo em relação ao que o outro pensa, sente. Brincamos com isto; mas, de fato, é algo sério, porque sempre ou na maioria das vezes nos equivocamos quando interpretamos o outro somente pelas suas atitudes. Muitos ainda dizem: “mas para o bom entendedor, meia palavra basta...”; porém, eu penso que, se por um lado isto é bastante verdadeiro e mais fácil; não é respeitoso. O outro merece saber, para se libertar. Eu gosto tanto quando filhos e alunos falam: “precisamos conversar...”; “vamos conversar...”. Isto me dá, pelo menos uma certeza: eles têm uma chance de serem mais verdadeiros e com isto, mais livres e saudáveis, física e psiquicamente.
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