Há mesmo magia
na melodia...
Eu me sinto
deslizar pelos sons
e eles me conduzem
"poeta" pelas superfícies
do encantamento
e pelos mundos
do impossível e
da liberdade.
Onde racionalismos
ponderações e
este impossível
se diluem ao
sabor dos ventos
e se reconstituem
em outras formas,
possibilidades.
Onde palavras
deixam de ser
quaisquer, casuais
e onde toda fala
respeitosa e comedida
se transforma
em metáforas
para expressar amor.
Onde o olhar se espicha,
investiga e aprofunda
dentro das sutilezas,
falando, perguntando
aquilo que realmente
importa e não é dito
porque não encontra
as palavras.
Onde me encontro
comigo mesma
sem pudor e reticências,
e onde expresso
o meu amor
como ele é.
E de tanto amor
fico embriagada
e desfaleço...
tanta emoção!
No ritmo da música
que não existem
no palpável,
só dentro
ou só de merecimento
por acreditar!
E, de repente
sinto-me contigo,
outra parte de mim mesma,
uma mistura de
notas melódicas,
de pautas e claves
criando inusitados!
Por isto repito e busco
por ela, a melodia,
para que não acabe.
Se acaba,
o real, isento de sons
harmoniosos,
me mostra
desvarios e aridez.
que atravessam a vida,
o tempo
o sonho
o desejo
a alma.
Abrigo onde
se pode espelhar
e repousar;
se ver e se encontrar.
São presentes,
acolhem e inquietam
abraçam,
acreditam
amam
e conversam !
Acompanham.
Falam coisas doces
amorosas que
prendem, fascinam,
fazem desejar viver.
As possibilidades
O olhar acompanha
uma borboleta amarela
que passou, afoita.
O que procura?
Um pássaro
cantou longe;
outro, perto,
respondeu,
longamente
numa queixa
saudosa.
O volume de
trabalho diminui,
papéis se
organizam nos arquivos.
A cabeça avalia 2010
planeja 2011.
Mas o coração, não!
O coração está por aí,
rindo de tudo e de nada
num outro tempo,
outro ritmo,
cuidando do que guardou,
de um momento.
Tão pouquinho, parece;
mas nos campos dos
girassóis, violetas,
amores-perfeitos
e poesia é
pura, imensa
felicidade!!!
Pequenos espaços
por entre os muros
do cotidiano.
Intensos, vibrantes,
fugazes como crianças
descobrindo coisas
aqui e ali...
Espaços itinerantes
por entre as árvores,
onde penetram e brincam
a luz, a cor, o encanto
do céu, do sol e do mar
das estrelas e da lua.
Deliciosos espaços entre
a espera e o encontro
quando o coração palpita
por algo que nunca será
como imagina e sonha.
Suave espaço
onde a brisa sopra e
exalta esperanças,
como se fossem
folhas do outono
perambulando pelas
ruas e quintais silenciosos.
Um doce espaço
entre a chegada
e a despedida.
Espaços de felicidade
quando algo
misterioso e bom
acontece.