181 - "... sempre encharcado de horizonte..."

             Eu gosto demais deste verso! É da melodia gauchesca “Poncho molhado” (de José Hilário R). Por vezes ele vem à lembrança, como agora e me enche de grande alegria! E de força! E não é bonita demais esta construção?! Acho que é a coisa mais otimista e corajosa que eu já ouvi... Os olhos “sempre encharcados de horizonte”!!! Assim é que eu gosto de me sentir! Foi o horizonte do mar que me salvou, me ajudou curar feridas. É lá no horizonte que vai surgir o avião, depois do ano novo, trazendo meu filho de volta, faltando somente uns “diazinhos” para completar um ano longe, muito longe de casa! Olhar sempre encharcado de horizonte! Olhar que não se prende na amargura, nos impedimentos, nas faltas! Olhar que se embriaga de luz e vislumbra saídas! Enxerga possibilidades; mesmo quando não estão visíveis, escondidas pelos nevoeiros pesados...vê a beleza que está lá, mesmo que apenas latente. Ele antecipa o “final do túnel”; sabe que vai chegar. Está encharcado, tomado pela certeza de chegar; não cogita outra coisa; não importa o que acontece no percurso. Seu olhar está lá no horizonte, naquilo que deseja, precisa, ama, sonha, acredita. Então pode chorar, penar, ficar triste. Sabe que é passageiro. Que não é o mais importante. Só uma fragilidade do momento; porque o bom está lá, se desenhando no horizonte! Ah! Quero olhar para 2011 com meus olhos bem encharcados de horizonte! E que o seu também esteja!

 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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