domingo, 3 de julho de 2011 | Filed in:
Difícil abandonar, largar, desapegar... de pessoas, coisas, lugares, ideias, sonhos, ilusões, conceitos e, da própria vida. Naturalmente, uns mais, outros menos e de umas coisas mais, outras menos. Bem pessoal. Ouço tanto falar da importância do desapego para encontrar equilíbrio, sabedoria e felicidade... talvez por isto mesmo seres equilibrados, sábios e felizes ao mesmo tempo, sejam tão raros; se existem. Eu me sinto intrigada, capturada por este desafio do desapego e o meu “apego” está situado na ordem das ideias, ideais e dos sentimentos; o que me oportuniza profundas e intensas percepções e alegrias; ao mesmo tempo que amargas frustrações. Pesquisando, encontrei alguns significados para o vocábulo: “desafeição, desamor; desinteresse”; "des-", negativo, mais "apego", que vem de "pegar", do Latim PICARE, "trazer consigo, ter em si, pegar". Eu me sinto solidária e tento não julgar os apegados aos “bens materiais”; aos que, sem garantias ou possibilidades, não se entregam à morte e se agarram ao fio da vida com todas as forças que lhes restam... porque sinto na carne, na pele, nas veias o quanto é duro desistir; deixar pra lá aquilo que é mais caro, querido e que nos sustenta no cotidiano duro ... Me identifiquei com a definição, acima: "trazer consigo, ter em si”; porque vejo que em mim é assim; não me lembro de ter sido educada para me apegar a isto ou aquilo; simplesmente me estruturei assim, como se isto fizesse parte dos meus gens. Mas, com certeza, a educação, as vivências, os caminhos que escolhi, reforçaram isto. Não estou convencida plenamente, talvez porque meu “nível de consciência” não tenha se elevado, de que o apego, seja, de todo, um mal; porque desafeição, desamor; desinteresse” ou indiferença não me interessam, não quero. Por outro lado, temo e me assustam as conseqüências do apego: ser invasiva, inconveniente, desrespeitar o espaço, a liberdade, o direito do outro. Então parece que é preciso educá-lo (o apego), como um filho querido; sem “alarido”, sem "corujisse"; mas com ternura, com limites firmes... inspirar-se e aprender com a fênix: morrer e renascer das cinzas.
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