quinta-feira, 18 de agosto de 2011 | Filed in:
Observo as chamas... Dizem que as salamandras são as criaturas que habitam o elemento fogo. Eu acredito. Elas são belas! Parecem dançar o tempo todo, por vezes juntas, por vezes cada uma no seu próprio ritmo e distanciadas umas das outras, lançando-se em outras direções... São belas quando queimam sozinhas e belíssimas quando ardem juntas! De repente eu pensava em coisas do cotidiano, nestas vivências com o outro; estar perto e estar longe, no quanto é bom e no quanto é difícil estar perto e estar longe. No quanto fazemos coisas boas juntos e ao mesmo tempo, no tanto que nos espinhamos quando juntos. No quanto é bom ficar um pouco só e, ao mesmo tempo como sentimos saudades do outro e desejamos ardentemente estar junto... um exercício grande, maior do que os realizados em qualquer academia! Estar e suportar; não estar e suportar. Assim como as chamas do fogo. Nem sempre juntos, nem sempre separados, sempre nos buscando e sempre nos repelindo, consciente ou inconscientemente, por causa das diferenças, do amor, do desejo e de não saber controlar o ardor do verbo, do gesto, do querer, do egoísmo, do ciúme, da infantilidade e da própria ignorância. Porém, enquanto ardemos, estamos vivos! Por vezes com uma chama baixa, sufocados por algo; mas ainda vibrando, vivos! Por vezes inconseqüentes, atiçados pelo vento, agindo sem pensar e sem medir; mas vibrando, vivos! Por vezes queimando serenamente, deliciando-nos com o momento; vibrando e vivendo plenamente! E quem ainda não sentiu-se fogo extinto, pura cinza? E de repente reconstituir-se, voltando arder, transformar-se em chama forte, vibrante outra vez?! Porque a essência ainda vibra, ainda quer, ainda tem força, ainda acredita! Enquanto algo arde, dentro da gente, há possibilidade sonhar, plantar, construir, falar, mudar... E, saber que ainda há possibilidade é só o que a gente precisa num determinado momento; mesmo que não aconteça de fato, lá na frente e no real. Serve para reascender a chama e nos colocar novamente no caminho e, no caminho, tudo pode acontecer... até mesmo nos encantarmos por outra coisa, vibrar com outras chamas, descobrir outros sóis.
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