quinta-feira, 11 de abril de 2013 | Filed in:
O
afeto, o amor faz demandas duras, por vezes. Em alguns momentos a gente precisa
externar estes sentimentos com firmeza e não com doçura, como parecem sugerir.
Pensei nisto, novamente, hoje, ajudando segurar e imobilizar minha neta, para
que pudessem coletar seu sangue, para exames de rotina, agora que completa 1
aninho. Foi duro ouvir seu chorinho, os olhinhos fitando a mim e a sua mãe,
interrogando sobre esta atitude nossa, sobre esta dor que assistíamos ela
passar. Como se nos perguntasse: o que está acontecendo? Por que estão ajudando
estas pessoas me “judiarem”? Naqueles momentos, um filme passou. Lembrei das
inúmeras vezes em que passei por esta mesma cena: em hospitais, em
ambulatórios, em laboratórios; quando meus filhos eram pequenos e nas vezes (raras)
em que tive que, às pressas, levar ao pronto socorro, alunos por algum acidente
ocorrido na escola e ficar ali, neste papel de “sustentar a dor” (para um
curativo mais profundo; uma anestesia
para fazer pontos) necessária, até a chegada dos pais. Quanto a gente precisa
ser forte nesta vida! Como o desejo de proteger, de minimizar ou livrar da dor,
o próximo, é intensa! Como dói a impotência diante do sofrimento de um filho,
de um ser que a gente ama! A maturidade nos presenteia com descobertas importantes:
o verdadeiro amor é consciente; feito de afeto e limite. Às vezes o amor mais verdadeiro e genuíno está expresso
num “não” e o mais absoluto abandono, num “sim”. E o “menos” é “mais”. E o
demais banaliza. E a falta enriquece.
Respeitar é bonito, mas dói. Deixar a porta aberta é o melhor presente: para ir
e para voltar. Sentar e conversar. Sustentar e suportar choro e riso. Acolher e silenciar.
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