sexta-feira, 31 de maio de 2013 | Filed in:
Imagem
da internet
Ao pé do morro
o sol só chega
depois
e aos poucos.
Majestoso.
Se fazendo anunciar
e esperar.
Um grande evento!
Vem descendo
revelando
colorindo
aquecendo
amoroso,
mas sem pressa.
Muitas outras coisas
também são assim:
especiais,
majestosas,
de olhar
perceber,
desejar e esperar
o tempo de
acontecer.
quinta-feira, 30 de maio de 2013 | Filed in:
Vento forte
entra e areja
atravessa
arrasa e leva.
Me deixa só
comigo mesma.
terça-feira, 28 de maio de 2013 | Filed in:
Imagem
da internet
Escutei o lamento de
uma mãe.
O lamento de uma
mãe,
ecoa dentro de outra
mãe.
A dor de uma é a dor
da outra,
porque há algo que
nos interliga, mães;
assim como algo nos
interliga,
homens e mulheres:
amor.
Amar e ser amado;
na forma como cada
um
concebe e consegue.
O lamento dela ecoou
nas minhas entranhas
e,
também ouvi,
na entranhas da mãe
Terra.
Em todos os cantos
deste universo...
Dilacerante!
Quando a distância
cristaliza
e um filho não
reconhece
e não encontra mais
sua mãe
e, não há mais
braços
para acolher e
acalentar;
um lugar a
pertencer...
o que se tem?
O que se fez?
Como seguir?
Como refazer
sem poder voltar?
sábado, 25 de maio de 2013 | Filed in:
Imagem de Elcio de Limas
O comecinho
de um novo dia
é tão bom “pegar”!
À luz tênue da lua,
e ao sol que se
insinua
minha alma, nua
se veste de cores
e outra vez,
escolhe amar!
sexta-feira, 24 de maio de 2013 | Filed in:
“Ao léu”
agitam-se, perfumados
e coloridos,
delicados véus.
Adornos,
misteriosos
contornos,
cobrindo e
descobrindo
aparências
entre as
transparências!
O que
não se vê,
vendo?
E se vê,
não vendo?
Lindos!
Femininos!
terça-feira, 21 de maio de 2013 | Filed in:
Corpo que dança...
E dançando se
expressa
em todas as formas,
códigos e línguas...
Linguagem
maravilhosa,
esta, a do corpo!
Corpo esquecido
em detrimento
das dietas,
tabus... das ideias
e
dos sentimentos.
Corpo que é belo
mágico e sábio!
Que me escuta
me sente
e me traduz!
E me mostra!
Segreda sobre mim
através dos
movimentos
que reaprendo
e da percepção
mais concreta
de mim mesma
depois de tanto
tempo longe e
indiferente a este
ser e saber latente
me esperando,
há tanto...
silencioso e paciente.
quinta-feira, 16 de maio de 2013 | Filed in:
Imagem da internet
Linda história de amor!
Anita e Giuseppe.
O amor a um ideal
encurtou distâncias
e trouxe Garibaldi
de tão longe
para Ana...
(“viajei tantos
espaços
pra caber assim,
no teu abraço”)
O coração de Ana
valoroso e inquieto
aconchegou-se no
olhar e na vida
deste homem intrépido!
E Ana tornou-se Anita.
Anita de Giuseppe!
E o amor deles cresceu
e brilhou e frutificou!
Nutrindo-se onde outros
fracassam, esmorecem:
nas adversidades,
barreiras e fronteiras,
no tinir das espadas
entre os fogos
dos canhões...
abraçados ao redor de
fogueiras em noites frias
céu estrelado
e fogo cruzado!
Enfrentando
as águas profundas
dos oceanos,
as intempéries
e a dureza cotidiana... a lida
improvisada em barracas,
casas alheias;
o desconforto
de esconderijos,
exílios, sustos,
fugas, assaltos
e sobressaltos,
fogo cruzado!
"Pisando geada fria",
cavalgando solidão
ao som do minuano
por serras, coxilhas,
vales, areias e trilhas...
Amor alimentado
na fonte inesgotável dos ideais,
na partilha do sonho e do real!
Na cumplicidade,
no conforto dos abraços
dos beijos, das conversas,
da confiança, admiração!
Respeito mútuo!
De um olhar para a vida sempre
“enxarcado de horizonte”...
Verdadeiro amor!
Quando um faz bem
pro outro e, juntos,
bem pela humanidade!
Para os outros:
Garibaldi, o cidadão do mundo;
Anita, a “heroína de dois mundos”,
o casal guerreiro!
Penso que para eles:
somente Anita e Giuseppe!
Uma mulher e um homem,
um encontro de ideias
de valores, de pele e
de sentimento.
Um grande, grande amor!
Imagem da internet
domingo, 12 de maio de 2013 | Filed in:
Estão no mundo
partes de mim
no inteiro de vocês!
E com vocês eu
viajo por onde
nunca andaria
e minha vida
enriquece com
o que vocês vivem
sentem, pensam e
realizam! E partes
de vocês estão no
meu inteiro! E nós
todos, com nossos
inteiros e nossas
partes; enlaçados
neste universo!
Ora fruto,
ora semente,
ora semeador...
Nestas
alternâncias
na vida, sejam
firmes,
generosos e
íntegros,
meus filhos
queridos!
terça-feira, 7 de maio de 2013 | Filed in:
Eu te vejo, mãe!
De dentro
da escuridão da
mata,
no alto do morro
uma chama crepita!
No teu ofício de mãe
não dormes
e na tua gruta
humilde
entre o perfume
das rosas e do
incenso
vigias e estende
teus braços sobre
mim
e sobre todos nós!
A cada filho,
um cuidado único
porque tu sabes
a dor de cada um,
(real ou imaginária)
a necessidade,
o tamanho
e a intensidade
do abraço!
Mãe!
A luz que brilha
sinalizando
tua presença,
teu olhar sobre nós,
suaviza o ritmo
do meu coração
e não me sinto
sozinha!
O teu amor
me acolhe e me
enlaça e o teu laço
enlaça o outro,
também teu filho,
meu irmão.
Eu apaziguo
neste teu abraço!
segunda-feira, 6 de maio de 2013 | Filed in:
Inicio
a “Semana das Mães” exercendo o ofício de mãe na íntegra! Estamos no hospital; eu e meu filho “do meio”.
Aguardo sua volta da sala de cirurgia. Há duas horas foi levado do quarto, em
uma maca; branquinho, um pouco inquieto. Uma cirurgia relativamente simples;
mas “simples” depende do ponto de vista de cada um... Enquanto espero, recordo
outros momentos assim, quando os filhos eram pequenos e vivemos estes momentos
de inquietude dentro de um hospital ou em outros contextos. Estes são os fantasmas
mais pavorosos que assombram o coração de uma mãe... sustos, despedidas e a impotência
diante da dor ou de um problema na vida de um filho. Fantasmas que se esfumaçam
diante do sorriso e dos braços abertos,
do filho, que se fecham ao redor do pescoço da mãe, num abraço de entrega e
confiança! Meu filho volta para o quarto; me olha e sorri, um pouco sonolento,
ainda. Eu intuo que gosta de me ver ali. Ele diz: “mãe, estou bem! Tive sonhos tão bonitos enquanto estive anestesiado”!
Ah! Filho tranqüilo, bem e contente com sua vida e momento é o que sossega,
aquieta, alegra o coração de uma mãe!
| Filed in:
Foto retirada da internet
É
nisto que venho pensando nos últimos tempos... neste casamento entre estes
“dois fazeres’: ensinar e educar. Nas
minhas aulas de produção de texto, neste ano, estou trabalhando utilizando a
tecnologia: o notebook e o pen drivre. Quem tem notebook, traz de casa, quem
não tem ou não pode trazer, usa os computadores da escola. Isto deu um novo
alento e colorido às aulas, que acontecem uma vez na semana. Os alunos estão
felizes, curtindo muito; até porque no final da tarde, um pouco antes de acabar
a aula, combinamos um tempo livre para eles trocarem seus conhecimentos, partilharem jogos, mostrarem
fotos e outras coisas que têm armazenado. Quem está fazendo um grande trabalho
em tudo isto, sou eu mesma. Vencendo resistências, preconceitos e inseguranças.
Adoro o quadro, o giz, o papel, as canetinhas e o lápis! A tecnologia me
assusta, um pouco. Eu nem tenho celular! E entendo tão pouco desta ferramenta: o
computador. Sei o básico do básico. Mas a curiosidade e o desejo de capturar e
estimular o interesse dos alunos pela leitura e escrita, é maior. E me desafiei
e me lancei. Estou até me animando para fazer um curso de computação, aprender
a técnica! Mas o que está sendo interessante, apaixonante e o mais importante, neste trabalho é o que
acontece em sala de aula! Temos as Coisas
pequenas e as Coisas grandes. Chamo
de Coisas pequenas, isto: baterias
que acabam e o grande número de extensões que tive que providenciar para que
cada um tivesse onde colocar o carregador... os alunos estavam acostumados a
jogar no computador; e agora, para escrever, tiveram que aprender a salvar,
recuperar “coisas que apagam sem querer”; apagar, voltar; selecionar letra
maiúscula, minúscula, colocar acento, cedilha (alguns teclados não têm...);
colocar e tirar pen drive corretamente; acionar antivírus, etc... e isto se traduz num corre-corre sem fim; em chamamentos
intermináveis: professora pra cá, professora pra lá... “o meu não abre... não sei o que aconteceu, apagou tudo... como se põe o
til, e o circunflexo... onde está a cedilha... como faço a interrogação... a
letra ficou pequena de repente... quero a letra maiúscula... mas o que é que
está errado nesta palavra, professora, que ela continua com este risquinho embaixo...”.
Mas isto é quase nada, porque o que é relevante neste trabalho todo, são as
Coisas grandes que acontecem e que
para mim, são as produções dos alunos! Neste trimestre inicial trabalhamos com
rimas, versos, poesia! A sala de aula, para quem não sabe, é um corpo vivo e
vibrante, “chamejante”! De quando em quando, num intervalo de entre uma
respiração, um chamado e outro, paro e olho e meu coração fica ao mesmo tempo
desmanchado e inteiro, agigantado, com o que vejo. E o que vejo? Vejo crianças
trabalhando com prazer! Sozinhas ou em duplas, trios, cada um do seu jeito e
gosto; centradas no seu fazer. Isto não quer dizer silenciosas, quietas. Quer
dizer trabalhando do jeito que as crianças trabalham: comentando, olhando o que o outro fez, rindo
de algo que só eles viram; lembrando de algo que aconteceu ontem ou que vai
acontecer amanhã... contando uma piada.... voltando para o texto, relendo,
continuando a escrita... quando então acontece um grande e surpreendente hiato!
Quando todos ficam absorvidos e só vejo
seus olhinhos piscando atrás dos notebooks... silêncio de ouro! Preciosíssimo!
E o meu coração bate forte, bate alto! Sabe o que está acontecendo ali? Alta
produção de pensamento, de criatividade, de inteligência, de singularidade! E
assim vai a tarde, alternando quietude e burburinho. De quando em quando, um conflito
ou a lembrança de um impasse ... e aí, tudo para! É preciso atualizar. E abrir
espaço para a palavra é saber que vem material de peso, ainda mais durante um
processo de sensibilização, de encontro com os sentimentos, como este: de
produção de texto. E tudo isto é conteúdo de vida que se mistura com o conteúdo
de aula e o resultado, ao final de cada tarde de trabalho é o deleite e
orgulho! Eu me deleito lendo seus trabalhos e me orgulho deles e por estar ali,
fazer parte deste processo. As últimas semanas têm me oportunizado muita
reflexão. Vejo seus movimentos e escuto suas conversas; como trocam informações
técnicas a respeito dos notebooks e seus recursos; como utilizam os nomes
(todos em inglês) e partilham sites e técnicas; falando deles como se falassem
do jogo de futebol, do filme, da festa! Alguns até se abraçam e caminham pela
sala e corredores, confidenciando algumas informações mais reservadas,
conseguidas com o pai ou amigo do pai... e ficam se mostrando e também admirando
mutuamente pelos saberes que fazem circular...e me olham felizes e me escrevem
bilhetinhos de carinho e afeto no quadro ou em papeizinhos ilustrados e me
apresentam poesias de desmanchar o coração, com metáforas de fazer inveja a
muito poeta consagrado! E eu me pergunto: este que escreveu esta doce poesia é
o mesmo menino que antes estava ali, falando, explicando todos aqueles termos
técnicos sobre como acessar a tal site e dali fazer isto e aquilo para resolver
tal coisa... e que na hora do recreio corria e lutava e brigava por causa de um
“frango” que o goleiro do seu time levara... e que na apresentação do tema
livre falara dos aviões, como funcionam e, mais especificamente de um tipo de
avião construído especialmente na II Guerra Mundial, peso, tamanho, utilidade,
etc... A gente aprende o tempo todo. O mundo, a vida, as pessoas, os
instrumentos tecnológicos (em rica variedade!), os acontecimentos, informam, ensinam coisas. Mas isto não
significa que eduquem. Para educar precisa disponibilidade, tempo, sensibilidade;
estabelecer vínculo, implicar-se, refletir junto, escutar e conversar;
importar-se e cuidar do sujeito inteiro; o que vai bem além das informações, sejam
elas simples ou complexas. Educar demanda sentimento, respeito, delicadeza no
olhar, na fala, na ação.
quinta-feira, 2 de maio de 2013 | Filed in:
Trabalho é tudo de
bom:
produzir, criar,
transformar,
construir, colaborar,
cooperar,
ajudar, curar,
alegrar, pensar,
refletir, aprender,
melhorar!
Trabalhar enlaça.
Enlaça fora
enlaça dentro.
Se a gente olha para
trás,
por onde andou a humanidade
pode ver os laços,
as trocas
fomentando (ou não!)
os avanços,
reconstruindo
protegendo,
lutando por algo
justo e melhor.
Trabalho: esforço, perseverança.
Desafio atualizado
cotidianamente.
Nesta lida se
descobre
habilidades e
limites
fortaleza e
fragilidades!
Valores e grandezas
sombras, exageros e
pequenezas.
É viver e fazer a
vida render...
... render frutos!
(tantos e de tantos tipos...)
São eles que respondem se
valeu a pena.
quarta-feira, 1 de maio de 2013 | Filed in:
No interior
da oração
onde tudo é
silêncio e luz
mais claro fica
o que está fora...
a cantoria da
crianças
a percussão
insistente
carros passando
alarme disparado
máquinas na lidança
grilos e cigarras
fazendo alarido
na sinfonia da vida.
Vida se fazendo
e perpetuando em
todas as formas...
Amor e dor
lazer e labor...
A roda girando
gestando,
indiferente,
trigo e joio
luz e sombra
medo e alegria...
Em todos os cantos
e ao mesmo tempo
suscitando
espanto e encanto
que na oração,
encontram alento...
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