Ventos

Ventos, ventos!
Suaves  e fortes
levam as folhas
balançam os galhos
acarinham minha pele.
Não me trazem novidade
mas, lembranças, preocupações
produzindo emoção e arrepios...
Ao mesmo tempo me dizem
para aquietar o coração.
Porque o que está muito perto
um dia vai para longe
o que está longe,
um dia volta.
Isto não tem remédio.
E o vento curativa
o que dói no momento.
Ele assopra, acarinha...
cuida as feridas;
escuta e acolhe,
escuta e abraça.
Respeita. Guarda com ele.
Limpa, faz circular, desacomoda.
Impele olhar de outro jeito,
ver  de outras formas.
Por vezes, arrasa e destrói.
Certas coisas,
só mesmo destruindo.
Ele sacode minha saudade
minha preguiça.
Sacode meu medo.
E cativa para outros ares
outros lugares.
Sem “ontens” e amanhãs.
Tarde de primavera!
Meu mundo dentro
de tantos mundos...
Ventos! Ventos!
Me levem!
Me virem, desvirem
desfaçam e refaçam.
Dissolvam-me entre
cores e perfumes
nesta carícia
tão mais real
do que as nuvens escuras
dentro de mim.




 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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