domingo, 2 de fevereiro de 2014 | Filed in:
Uma amiga mexeu comigo, hoje, falando que amor
verdadeiro pode morrer, sim. E que a falta de respeito é a grande vilã.
Produziu um silêncio interno muito grande e eu fiquei longo tempo pensando
nisto. Tomada por esta coisa terrível que dever ser a morte do amor. E as
experiências pessoais foram se apresentando, claras e fortes. Querendo falar
sobre isto.
De fato, a gente cultiva muita, muita ideia, muita fantasia, muito sonho, sobre o
amor. E ele é aprendizado, além de outras coisas. Também concordo que a falta
de respeito é o “tiro certeiro”, de “misericórdia”, o “corte na raiz”, nas relações, para “acabar” com o amor ou,
para fragilizá-lo tanto, que ele se esconde, se protege nas profundezas do
nosso interior, aparentando, muitas vezes, estar morto. Mas eu aprendo, cada
dia de minha existência, que o amor não acaba. Ele se transforma, dentro da
gente. O amor em essência, é vida! E ele quer viver! O amor em mim quer viver!
Teima em renascer das cinzas, feito a Fênix e, se uma porta, um caminho se
fecha, ele encontra outro. E se transforma em admiração, compaixão, em respeito
pela singularidade do outro (por isto tem força para se afastar e deixar de
amar do jeito que amava antes), em carinho, em cuidado, em silêncio, paciência;
em trabalho, criatividade, doação, em amizade; num importar-se e querer bem ao
outro, mesmo distante ou ausente. No meu pensar e sentir, o amor verdadeiro não
morre; sempre fica um laço, uma saudade, uma marca, uma palavra, uma presença,
uma lembrança que o legitima e redime. E isto já é sinal da regeneração do amor
sofrido, rejeitado, mal cuidado, que vai se transformando, vestindo uma outra
roupagem. Se assim não fosse para mim,
eu não sobreviveria; não estaria aqui... por causa da desilusão, da solidão, da
frustração, da morte de tantos e tantos sonhos... Pensar na morte definitiva do
amor profundo que eu senti por alguém ou por algo (por vezes uma causa, um
ideal) é insuportável. É por isto que
tudo que eu já amei, nesta vida, está aqui, bem guardado, comigo. Nem sempre no
mesmo lugar, mas comigo.
Se não for por amor, não vale a pena. O que daria
sentido ao sol que nasce todos os dias, aos cometas que riscam o céu, aos
arco-íris fazendo pontes; à música e à
poesia; à beleza singular de cada criatura; à palavra, ao silêncio, ao abraço...
e a cada traço do meu rosto, do teu riso e de todos os passos, dados e marcados
neste círculo sem fim de encontros desencontrados?
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