segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015 | Filed in:
Pitaia
“Flor-da-lua” e “Dama
da Noite” são outros nomes da pitaia, esta planta exótica.
Alguns até chamam de “fruta dragão”, o que eu não aprecio; gosto mais dos dois primeiros
“apelidos”! É porque ela só floresce à noite e por pouquíssimas noites! Se
observei bem, aqui em casa foram três noites e, nesta última, já estava
denotando fragilidade. Tão linda, tão breve, tão intensa, tão despretenciosa!
Assim como são
tantas criaturas partilhando espaço, conosco, neste planeta, neste plano. A
quem, muitas ou na maioria das vezes, ninguém, sequer, dirige o olhar; percebe, ou se percebe, não valora e elas se
vão! Cumprem seu papel e nós, não curtimos, não desfrutamos. Pena!
Lamentações se erguem de todos os lados,
em todas as partes, o tempo todo, por tudo que nos falta, que nos incomoda ou
que não contempla nossos desejos. Nem todos, muitos ou poucos, de fato, conscientes de si, do seu
lugar e exercendo seu talento, seu papel com generosidade e gratidão.
Eu penso, observando do meu contexto,
agora, em todas as criaturas em todos os “reinos da natureza”, que têm esta vida tão breve
e que a vivem tão plenamente, sem ostentação e sem lamúrias; cujo ensinamento prático é este: o prazer de viver, de se entregar tão
profundamente a sua essência, sua função, seu presente.
Imagino a delícia que foi, para esta minha bela e doce “Dama da Noite”, estas poucas noites ali, na beira do lago, entre sons, perfumes e
movimento das helicônias, plantas nativas, temperos, frutas silvestres,
mariposas esvoaçantes, aranhas tecelãs, grilos e saparia cantante! Acho, até, que a
batucada e as “cantadas” do “sapo martelo”, eram para ela, em combinação com a
doce lua cheia e com os vaga-lumes, que não saíam dali, produzindo um efeito
maravilhoso, mágico, de luzes e sombras! Puro apaixonamento!
A gente não sabe ou faz-de-conta que não
percebe, por inumeráveis e frívolos motivos; mas todos os dias e todas noites,
em todos os lugares e em muitos corações, a vida é uma celebração sem fim! Uma
grande festa para milhares de criaturas; que no seu esplendor, radiantes e
singulares, se dão, se mostram, expressam e vivem, dentro do seu ciclo e
limitações, no seu melhor e único presente: os seus talentos! E, mesmo depois
que se vão, deixam legados que animam, embelezam e dignificam a continuidade da
vida. No caso específico da nossa pitaia, a “Dama da Noite”: um fruto delicioso, que eu espero
poder experimentar logo, logo.
Doce “Dama da Noite”,
linda e exuberante;
segredando
com o tempo,
entre verdes enluarados
e incógnitas pulsações
da noite;
mistérios
que me encantam
e não alcanço...
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