sábado, 24 de outubro de 2015 | Filed in:
De repente,
o SOL
deve estar nascendo, aí,
no horizonte fecundo,
sob os olhos
do primeiro olhar:
poeta da manhã!
Tomara!
Ai! Saudade do sol!
Da luz;
de sentir
o seu calorzinho;
ver seus reflexos
e brilho
na água,
nos verdes,
nas criaturas...
terça-feira, 20 de outubro de 2015 | Filed in:
acarinha com cuidado
o solo
e a Primavera
que chegou ontem,
cheia de bagagens
e projetos, ainda em
botão ou no ventre...
Na serenata da madrugada
cantou minha nota chave,
abriu minha fortaleza...
Que encontro comigo mesma!
Produziu quietude
deu voz às coisas de dentro...
que não falam;
sussurram, recitam!
Deixou-me pensando
neste cuidado,
que nem sempre
dou conta de ter
e que poucos têm,
com a bagagem
e com os ouvidos
do outro.
Então amanheceu
e vieram os
trovões, relâmpagos
fazendo barulho!
E a enxurrada...
deixando sulcos na terra,
botões sem futuro
verdes caídos
perfumes extraviados...
A impulsividade
marcando sem pensar...
O casal de tucanos,
no galho que não alcanço,
contempla e espera...
Depois da explosão,
saciada e de súbito:
a chuva para!
Um silêncio fundo
ecoa na floresta...
- Ah! O que foi
esta destemperança?
O casal voa.
Folhas cansadas,
deslizam os excessos:
gotas coloridas
que se desprendem
sem pressa, atentas...
Quem viu? Escutou?
Aprendeu?
Quem vai olhar,
curar as feridas?
Assim, também,
os nossos lados:
os nossos lados:
extremados.
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Faceira
cheia de graça...
Irmã formiga
vai e vem
destemida!
No seu mundo
sem estrelismos
vai, quase desapercebida,
feliz, cumprindo sua sina!
O que é grande,
o que é pequeno,
forte e fraco?
Muito e pouco?
Ah! Querida!
Nem sabe
mas, capturando
meu olhar
libertou-me de
tantas certezas,
que corro o risco de
estar mais leve
e atrevida,
carregando
minhas preciosidades!
segunda-feira, 19 de outubro de 2015 | Filed in:
Aula
no sábado! Coisa rara, mas um exercício que fazemos, de quando em quando, na escola. Observo meus alunos, animados, falantes, trabalhando; sem
desconforto ou chateação. Não vieram todos; mas os presentes, aproveitam!
Antigamente,
ou seja, no meu tempo, não tínhamos uma agenda cheias de afazeres e eram normais as aulas aos sábados! Assim como
as férias longas, três meses: Dezembro, Janeiro e Fevereiro. A gente não enjoava de
tanto brincar, passear pela casa dos parentes e de ficar à toa, de
bobeira, nas tardes quentes do verão!!! Piscina, televisão e praia eram jóias raras e
preciosas. Privilégio de poucos. Mas a gente tinha tanta outra coisa para fazer, inventar!
Eu sempre passava uns dias na casa da tia Olga! Adorava! Recebia todos os
mimos e ainda havia os discos e a vitrola, que a tia deixava eu mexericar e
ouvir! Eram sempre os mesmos, mas que mal tinha; o que a gente gosta não cansa
de repetir: eram trilhas sonoras de filmes famosos sobre o “velho oeste”! E havia, ainda, as “Selecções do Reader's Digest”; que eu
amava! Lia e relia a cada período de férias. Meu mundo se abria!
E o melhor: a escada lá de casa! Lugar onde eu me debruçava,
via, percebia e interpretava o mundo. “Lagarteava” na escada, comigo mesma e
aprendia sobre singularidade e sobre solidão preenchida. Eu lia. E a cada
frase, refletia, intervalando minhas emoções. Eu escrevia; cada dia mais
apaixonada por este encontro de letras, palavras e emoções! Lembro com exatidão
do formato das nuvens; do “chorão alemão que foi crescendo e florindo, junto
comigo; do contorno das árvores ao redor e dos pássaros recortando o céu. Ali
nasceu meu fascínio pelas pessoas e meu encanto pelas diferenças e semelhanças,
observando o que se passava e passava pela rua e ao redor de mim... aprendi a me colocar no lugar do outro,
tentando adivinhar seu destino, interpretar seu ritmo, ler sua história na expressão do olhar, postura... Ali chorei
minhas inquietudes, minhas emoções, minhas bobeiras e frustrações na passagem
da infância para a adolescência e desta, para a juventude... Acho que foi ali,
que me descobri, finalmente, ser diferenciado e autônomo; contatando com minha
solidão indecifrável e com minha amiga inseparável: a escrita.
Que ponte foi esta que se estabeleceu entre o aulão de hoje e a escada de tantos ontens?
Deve ser por causa desta sensação prazerosa, que a despeito
de tudo, sinto, na realização do meu trabalho, parceiro irremediável da leitura
e da escrita. A vovó de hoje, continua se encontrando, encantando e apaixonando
pelas letras, palavras e pelo que observa fora de si, como a menina de ontem. Eu
sou aquela garota e não me separei da minha essência: eu a reencontro todos os
dias e acredito que crescemos, nos humanizamos e embelezamos!
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Parabéns IJUÍ, pelo seu dia!
Gosto de voltar e rever!
Andar pelas ruas
reencontrando com
o conhecido
e me surpreendendo!
Tanto com o novo,
transformações bonitas
do tempo e da ação do homem;
quanto com aquilo que não muda,
apenas se organiza de outro jeito
ou se perpetua do mesmo jeito.
Amo! Sou filha! Amo e respeito!
Amo e guardo vivências,
aprendizados e valores...
Amo e torço para cresça, prospere,
produza muitos bens para o BEM
dos seus filhos
e que estes filhos sejam
e produzam BEM para
a comunidade
o país
o planeta!
Ali, ou em qualquer lugar
onde estejam,
neste mundão
de meu Deus,
PARABÉNS IJUIENSES!!!!
sexta-feira, 16 de outubro de 2015 | Filed in:
Há
algum tempo,
o
silêncio acena,
ganha
espaço
cada
vez mais próximo.
Me
presenteia com asas!
E
viajo pelos
compartimentos
dentro
de mim;
acarinhando
registros
deste
meu
agridoce ofício;
presente
nos
meus guardados:
nos olhos,
ouvidos,
meu
coração impulsivo!
Eu,
profe mocinha,
profe
mamãe
e
agora, profe vovó!
Guardados
em baús, caixas,
envelopes,
potinhos
máquina
do tempo, bilhetinhos...
E
me comovo!
Um
longo cotidiano...
Uma roda!
Uma dança!
Amo
a roda!
Entre
grandes
e
pequenos;
os
bem nutridos
e os sofridos;
do
centro e da periferia.
Ideal, luta,
greve, estudo, poesia.
Lembro de tudo!
Dos olhos e das falas;
do
que pude e não pude;
da
solidão, dor e dureza
e
de todo encantamento,
sonho,
encontro, injustiça,
troca
e sutileza!
O
silêncio me fala
desta
teimosia amorosa:
permanecer
por acreditar!
Aprender
esperanças,
sonhar
futuros
caminhar
junto!
Me
apaixonar
sempre
e novamente!
Pés
no chão.
Coração alado,
em escarcéu!
terça-feira, 13 de outubro de 2015 | Filed in:
O
silêncio
aprofunda,
esclarece,
fortalece,
organiza.
Mergulhei no silêncio
das salas
antes do burburinho.
Fotografei a beleza plástica,
para comprovar depois:
- eu vi isto!
E no
silêncio,
capturei
as sutilezas
de
cada traço.
Reverenciei
tudo
que estava ali!
Tinham
alma!
Então,
eu não tive palavras!
Me fiz
silêncio
e escutei
singularidades
que
elevaram meu coração
que
chorou e cantou:
-
sei o porquê estou aqui!
terça-feira, 6 de outubro de 2015 | Filed in:
O tempo
traz o
dia e
traz a
noite!
A chuva
o frio
e o calor!
Alterna primaveras
com desafios,
retrocessos,
trabalho, abraços e dor!
O tempo
traz
novidades
avanços,
preocupações
e saudades!
O tempo
aproxima
e afasta...
Entre o
ontem,
hoje e
o amanhã,
o bebê
vira vovô,
a lagarta, borboleta,
o sonho
realidade
e o
aprendizado: amor!
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“Passa tempo
tic
– tac
tic
–tac
passa,
hora.”...
O tempo
passa
a vida
se renova
e suas
criaturas,
cada uma
com
sua singularidade
seu tempo
e seu
ciclo,
também!
Somos semente
e bebê,
criança
jovem,
adulto,
idoso
e nova
semente
no filho,
no neto,
bisneto...
Numa história
sem fim...
Linda árvore!
Gerações e
gerações
de frutos! Belos
frutos!
Que precisam
de cuidados
e muito
amor!
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