domingo, 15 de maio de 2016 | Filed in:
Raízes fundas de desrespeito, preconceito e dor
que precisam de muito amor, reflexão e trabalho voltado à consciência
individual e coletiva para curar, mudar e transformar, eliminar.
Por outro lado, eu me regozijo
contando histórias sobre personagens relacionados a eles, sua resistência, suas
lutas e conquistas! Verdadeiros heróis e heroínas!
As
cores e as formas e a expressão dos nossos corpos e de todos os corpos dos
demais seres da natureza, são adornos belíssimos da singularidade, do coração e
da alma que habita cada um. O verdadeiro encontro não é com o invólucro, é com
o conteúdo. Para uns, isto é tão claro, tão natural, tão espontâneo, que é até
ridículo falar. Pena que para outros, não. Com estes, é preciso trabalhar,
semear, forjar em dura batalha; caso contrário, perpetua este olhar arrogante e
ignorante dos que desprestigiam, banalizam e oprimem tudo e todos os que são
diferentes.
domingo, 8 de maio de 2016 | Filed in:
(Caricatura: Guilherme Schmitz)
No tabuleiro dos dias
ontem estávamos assim ...
Hoje, não mais...
“Passa, passará
quem de trás, chegará”...
Uma geração
sucede outra...
as singularidades
têm continuidade...
Tons e tiques,
sentimentos,
jeitos de olhar
o horizonte
e a lua cheia;
tocar e pegar a colher...
sonhar a vida
e pagar as contas;
a textura de cabelo
e o exercício do ofício...
Bagagens e acessórios
atualizam... renovam esperanças!
Aos cabelos brancos,
à calmaria do passo
e do abraço
sucede a vitalidade ;
o ímpeto
a alegria
do novo!
Permanece o encanto
e a curiosidade
fazendo enlaces...
Delicadezas, preferências,
inteligências, traços,
debilidades, histórias
que se repetem,
mudam de rumo,
transformam
renovam
aprofundam...
Tudo coisa de Mãe!
Da Grande Mãe!
Que no amoroso ventre,
com seu velho, perseverante
e bom coração,
segue nos forjando,
a nós, mães,
em duras e doces provas,
para gestar, manter
e transformar a VIDA...
esta ciranda sem fim,
este
movimento incessante
de encontros, desencontros
e recheios personalizados,
inusitados,
apaixonantes!
segunda-feira, 2 de maio de 2016 | Filed in:
Irresistível este amor bandido do gambá pelas galinhas, especialmente pela Brigite! Ela vem sobrevivendo a ele, ao contrário da Magali, Lola e Chochô; que lutaram, é verdade, mas sucumbiram. Brigite foi a primeira que chegou ao galinheiro e pelo jeito, será a última. Sobrevivendo, ela se fortalece, mas percebo que está cansada. De lutar e de ficar sozinha. Sente falta das companheiras e da companhia.
O ataque, à noite passada, foi
terrível. Acordamos com o seu cacarejar forte, desesperador! Era lá do outro
lado da casa, mas parecia que estava ali, ao nosso lado. Ela tinha certeza que
ouviríamos! Confiança construída.
O
vovô saltou, impulsivamente da cama, sem colocar agasalho e calçados
nos pés. Atravessou o escuro e se jogou no frio da noite, para dentro do
galinheiro, de uma altura de 1,50
cm ... Considerável, no escuro. Embora conhecesse o terreno,
como a palma da mão; a emoção poderia atrapalhar suas percepções... Mas ele foi
preciso!
O gambá estava com “a boca na botija”.
O embate foi épico! Isto testemunharam as bananeiras, o coqueiro, o vento, as
roupas no varal, em cima do galinheiro e a vítima, encolhida, paralisada junto à
cerca. O “herói” sexagenário e vencedor, após alguns minutos, emergiu das
sobras da noite... Teve misericórdia para com o agressor vencido, afugentando-o para dentro da mata. E encaminhou Brigite, sã e
salva, aos seus “aposentos”, dentro do galinheiro. Ela tremia, apavorada! Ele
limpou-se e, tranquilamente, voltou para o sono interrompido.
Quando o dia clareou o cenário, vimos os estragos: penas para todo lado e a Brigite... Ops!!! Sem rabo! O gambá
arrancara o seu rabo de penas!!!! Oh! Que lástima! Era tão lindo!!!!
A
notícia espalhou... houveram comentários entre os familiares, via internet e
uma visita, pela manhã. À noite, a pequena chegou, lupa em punho; muito séria:
- “Vamos investigar, vovô! Vamos achar o
rastro deste gambá e falar com ele”!
- Se vocês o encontrarem, o que vai
fazer? – curiosa, esta vó!
- “Vou dizer pra ele: - Pare de pegar
nossas galinhas! E vou perguntar por que ele tirou o rabo de penas da Brigite! Olha
só... agora ela ficou sem rabinho e está com frio, coitadinha! ... Vovó! Vovó! Vovó!!!!
Acho que eu sei por que ele pegou o rabo de penas”!!!
- É? ... Por quê?
- “É porque ele tem um rabo muito feio!
Acho que queria enfeitar com as penas da Brigite”!
Detalhes acertados, os dois detetives
mergulharam na noite fria, atrás do gambá; de bota, toca, cachecol, chapéu,
casacos e muita coragem. Para iluminar suas intenções, a lanterninha antiga...
Uma eternidade depois, retornaram. Serviço
feito mas não feito.
- “Não encontramos o gambá, vovó! Estava
muito escuro. Muito frio. Acho que ele não vai sair de casa, hoje... Mas eu
falei pra Brigite: - se ele aparecer, grita que a gente vem te salvar”! Hoje eu
estou aqui e vou ajudar!
Depois, preparando-se para dormir, numa
conversa “entre meninas”:
- Você foi muito corajosa andando lá
fora, atrás do gambá... mas também... com estas botas!
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O sol se recolheu
antes da hora.
De certo tinha um
compromisso
lá no outro lado
do morro...
Esta ausência
fala de lugares,
em minha casa,
onde não me deixo
ficar;
daqueles
que eu não vejo
não falo
não abraço!
Das árvores que não
olho.
Do tempo que não alongo
com meus filhos!
Do que ensaio
e não faço!
Ah! Queria não ter
isto e aquilo,
para fazer
isto e aquilo!
Bom deve ser para Deus,
onipresente!
Cuido, cuido e não cuido.
Amo, amo e não amo!
Espero.
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