quarta-feira, 31 de janeiro de 2018 | Filed in:
A lógica
infantil é comovente!
- “Vovó! Quando você era pequena, as cores não
existiam”?
- Por que você pergunta isto, querida?
- “É porque eu vi umas fotos tuas e elas não eram
coloridas, só tinha o preto e o branco”. As outras cores não existiam, vovó”?
Quase não
suportei a emoção!
- “E
você tinha televisão, vovó? E celular? E computador”? E escova de dentes? E
você ia na escola? Ia no shopping? Você assitia filminho com o seu dindo? Você
falava palavrão, vovó?
Curiosidade
aflorada, o “rosário” de perguntas da pequena, de cinco anos, sempre vai longe,
nos nossos encontros! Assim como as
hipóteses mirabolantes a respeito de como são, como foram criados, isto e
aquilo....Vejo que gradativamente aumenta sua observação e leitura de mundo e,
consequentemente sua percepção acerca das diferenças entre realidade, mundos,
objetos, pessoas, jeitos de agir\reagir, pensar, falar... O olhar de uma criança não é superficial.
Tento
me colocar no lugar dela... Como isto é profundo e intenso para uma criança!
Qualquer criança. E como estas
percepções\observações são exigentes de nossa maturidade (adultos); tanto para
ouvir, respeitar, cuidar; como para orientar; não impor (pre) conceitos,
"verdades prontas", ranços e, sim, para estimular pensamento,
investigação, descoberta, reflexão...
Acompanhar
isto, bom demais! Encantador! Poderia dizer que isto também é tarefa difícil demais; mas a palavra difícil
é limitadora, desencantada, fraca. Então escolho a palavra “sério” demais. Sério significa não banalizar, não subestimar, não infantilizar, não assustar; mas proteger, ter
responsabilidade, cuidar. Só que sério não é sinônimo de “sisudo”! Então a
gente pode brincar, rir, ser feliz, admirar e se emocionar com estas perguntas
espontâneas, inteligentes e cheias de lógica que as crianças nos fazem! Elas
nos ajudam a sensibilizar, refinar pensamentos, sentimentos, atitudes e ter
força, desejo e coragem de “ser” melhor.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018 | Filed in:
na
tarde mormacenta...
Carícia
preguiçosa...
Ah!
Sopra! Sopra devagarinho,
um
benquerer...
sossega a saudade!
Agita
este frescor!
Embala
sonhos e nuvens,
acena
com
o
que não vejo, intuo.
Suspira,
sob
véus misteriosos,
os
mais fundos sentimentos,
o
mais superficial dos pensamentos...
Mistura,
neste ir e vir,
paixão,
lamento,
razão,
ternura e
alento...
ah! Que bom!
E
sem tempo!
Ah...
brisa deliciosa
na
tarde mormacenta...
entrando
e saindo
pela
janela aberta
sem
cuidado
e
sem compromisso...
Acarinhando
levezas;
gestando
turbilhões,
fora
e dentro...
domingo, 14 de janeiro de 2018 | Filed in:
Cansei
das asperezas,
dos
espinhos,
das
agulhadas.
Desejo
o frescor da brisa da manhã,
e
a suavidade do voo das borboletas!
Cansei
da pressa dos dias úteis,
da
ansiedade e rigidez das horas.
Anseio
pela quietude e
sabedoria
dos hiatos,
pela
trégua entre as diferenças que não se aceitam.
Cansei
da animosidade,
das
desconfianças,
dos
“pitacos”,
das
respostas prontas;
da
acomodação dos inconsequentes
sugando
tolerância, paciência,
iniciativa,
esforço, boa vontade
e
o fruto do trabalho do outro.
Cansei
da ignorância,
do
não olhar, não refletir e só seguir...
Anseio
pela leveza de um olho no olho;
pelo
pouso e decolagem
tranquila
e segura,
no
tempo do outro, no espaço do outro!
Cansei
da impotência diante da má educação,
da
arrogância, da fraqueza,
da
hipocrisia, do egoísmo,
da
mentira calculada,
da
infantilidade boçal
dos
que não são crianças.
Anseio
pela leveza de um: bom dia!
Um
cuidar da sua vida.
E
só!
Cansei
da verborreia!
dos
complementos,
das
orientações,
das
manipulações
dos
que sabem tudo;
dos
que se sentem melhores,
donos
da verdade.
Anseio
pelos improvisos,
pelos
inusitados,
pela
curiosidade e encanto
dos
que não sabem!
Cansei
dos desencontros
dos
conceitos, dos significados.
Anseio
pelas metáforas!
Cansei
das palavras certas,
do
óbvio,
da
mesmice.
Anseio
pela espontaneidade
e
leveza das entrelinhas!
Pela
cantoria dos que desejam
e
sonham!
Pela
dança suave das palavras não ditas,
inspirando
arte,
conhecimento,
generosidade,
e
poesia...
Anseio
pelos mistérios
das
coisas que se tocam,
brilham,
aquecem,
criam,
se acarinham
e
deixam marcas.
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