segunda-feira, 11 de março de 2019 | Filed in:
Um misto de grande alegria e
de preocupação é perceber que as pequenas, as meninas, crianças, já percebem, identificam
que a vida de uma mulher é de luta.
Na verdade, viver é lutar. Isto é assim para qualquer ser vivo neste
planeta. Sempre estamos em luta com algo, principalmente com questões internas.
Não sobrevivemos se não lutamos. Mas bah, tchê! Nem toda luta é boa. Luta sem
ética é “inglória”! Vergonhosa e injusta. Disse Paulo, o apóstolo, em carta a
Timóteo: “combati o bom combate”. Isto significa, para mim, que a vida é luta e
luta boa é a luta para o Bem.
E a luta boa começa cedinho.
É um lutar para acordar, dar o primeiro passo e sair para o mundo! Mostrar a
cara. Lutar para conquistar espaço,
lugar; respeito e dignidade exercendo cidadania e colocando nosso talento “ao
sol”. Lutar para dar conta da vida e das responsabilidades que vamos assumindo.
Lutar para vencer medo, preguiça, obstáculos, opiniões alheias, limitações,
vícios, desafios, doença, morte, frustrações, sentimentos, perdas, fracassos,
culpas, traumas, raivas, ciúmes, injustiças, violência, rejeições, calúnias,
fofocas, desilusões... Lutar é recomeçar, muitas e muitas e muitas vezes...
Para uma mulher é ainda um
pouco mais.
Ufa! É muita luta! Precisa
força, tutano. Tutano é o que não falta às mulheres! Mas, como disse, elas
precisam sempre “um pouco mais”... E quando falta, precisam forjar. Caso
contrário, sucumbem. E quando uma mulher sucumbe, muita coisa vai com ela.
Impressionante!
Nisto reside a preocupação que
referi acima: ainda somos, reféns deste “um pouco mais”. As pequenas já “se
tocam” disto, intuitivamente, antes mesmo de ter as palavras adequadas para
expressar... Observam as mães, as avós, as tias, as primas; como são e o que
acontece com as outras mulheres, através das notícia e comentários... Puxa! Dói
demais pensar nos perigos e desencantos que uma filha, uma neta, uma querida da
gente corre só pelo fato de ser mulher! Com avanços em tantos aspectos, a
discriminação de gênero já poderia ser algo do passado.
Eu gostaria, eu sonho, eu
desejo e eu me empenho para que o futuro, bem próximo, seja de um mundo, de um
cotidiano com parceria de maior qualidade para as nossas pequenas! Parceria
inclui valor, respeito, troca, escuta e ajuda. Todos precisamos disto, homens e
mulheres; mas ainda, para as mulheres é “um pouco mais”.
Por outro lado, ser reconhecida
como uma lutadora e ver isto registrado com estes traços singularíssimos,
característicos da criança em fase de alfabetização; fase apaixonante e que eu
amo profundamente e, ainda em espanhol, é bom demais! Cada dia sou mais grata
às crianças! A estas leituras profundas que fazem da gente e às devolutivas
maravilhosas para nossa reflexão e amadurecimento. Pena quando não têm escuta
ou não lhes dão valor, subestimando seus sentimentos e necessidades.
Vamos seguindo combatendo o
bom combate, "compañeras luchadoras”! Ainda é possível sonhar, vislumbrar e
deleitar com horizontes belíssimos ali na frente!
Pelas nossas pequenas!
E também pelos nossos pequenos!!!
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