Força

Meu filho, numa trilha em Gatineau, Quebec, encontrou algo, tirou uma foto e enviou-me com um recadinho:
- “Mãe, lembrei de ti; achei que ias gostar de fazer uma escrita sobre essa árvore fininha segurando a grande, que já está pelas últimas”...
E para um dos irmão, justificou:
... “ ela ia parar e tirar uma foto disso, que eu sei”...
Oh! Que bonitinho!!!! E certamente, eu ia! Se eu estivesse com ele, neste lugar, ia parar, tirar a foto e escrever algo sobre isto, depois, sim! Meus “filhotes” sabem muito de mim! Isto me emociona e fortalece. Estas leituras de mundo são as minhas leituras preferidas! As que mais me encantam! Paulo Freire, disse que “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Isto, de fato, é bonito mas é mais! É profundo! Revolucionador! Quando a gente se dedica, se permite; faz leituras maravilhosas da natureza, das melodias, dos acontecimentos. Das pessoas. Das dores e das alegrias. Eu gosto muito! Humaniza e aproxima.
Observando a foto, tirada com carinho por alguém que se colocou no meu lugar e olhou para ela com os meus olhos; eu me questiono sobre o que é FORÇA e onde está a FORÇA? Quem é forte, quem é o fraco, ali?
Quantos fortões, machões, tiranos, perversos, aproveitadores, grosseiros, violentos o são respaldados pela bebida, por uma arma, uma doença; pelo gênero, por uma outra pessoa, por um grupo, pelo dinheiro, pelo conhecimento, pelo preconceito, pela fé, pelo poder... e quando isto, estas muletas lhes são tiradas, revelam-se incapazes, fracos, sem palavra para conversar; sem reserva interna para suportar, seguir e cuidar da vida, sozinho. Quantos! Quantos! A natureza, a história e o cotidiano têm incontáveis exemplos...
Numa floresta, uma árvore aparentemente “frágil”, sustenta outra, aparentemente “forte”! Nossa! Quanta coisa para “ler”, aí... Coisas assustadoras, injustas, preocupantes... mas também coisas pungentes sobre coragem, troca, ajuda, comunidade, importar-se, entrega, humildade e, sim... superação e FORÇA!


  

 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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