sexta-feira, 29 de maio de 2020 | Filed in:
“Vovó,
estou aprendendo
que
quando a gente
gosta
de uma pessoa,
ela
entra no coração da gente
e
não sai mais...
E
daí, quando ela
não
está perto,
dói”!
Estes tempos, saídos da rotina e tão
cheios de um “novo” desconcertante, produzem experiências e reflexões
antecipadas, precoces, nos pequenos. Impossível medir seu alcance, sua
profundidade... Estou bastante mexida com isto.
Mês
de Maio e nós colhendo uvas no nosso pequeno parreiral... algo bastante
inusitado! Aparentemente, os “cachos” mostram-se iguais aos colhidos no verão,
porém, sem aquela doçura peculiar... Para nós, é surpreendente!
Que tempos! Na reclusão, observando
as polarizações ácidas, os limites relacionados ao “ir e vir” e suas
consequências bastante dolorosas; acompanhando o fantasma de um vírus que
assombra o cotidiano e desestabiliza; lidando com a reinvenção do meu “ser
professora” neste tempo de aulas on-line; emocionando com ações de empatia,
benquerer e generosidade; contemplando os dias brilhantes, que exibem beleza e
aparente tranquilidade, eu penso: será que estamos alcançando compreender o que
se passa e que parece estar além do que nos desafia e polariza? Alcançando compreender este novo que se anuncia, um pouco mais a cada
dia?
sábado, 9 de maio de 2020 | Filed in:
Sempre
filha...
Minha
mãe está longe de mim. Já lidei melhor com esta realidade, principalmente
quando o pai estava vivo. Mas, agora, a distância ficou aumentada por conta do
isolamento social e ambas estarmos dentro do grupo de risco. Nos falamos pelo
telefone e fazemos, uma pela outra, o que é possível e apreciamos fazer:
rezamos uma pela outra! Neste fazer, nos confortamos. Sei que ela pede pela
minha saúde e pela saúde dos meus! E eu, eu peço, com todo fervor, para que
isto passe e tenhamos muitas oportunidades de encontro para o abraço, o
chimarrão, a visita às tias, os papos sobre a vida, a saudade do pai e as
lembranças da sua infância e juventude! Dona Ottilia, minha mãe adora recordar
e eu, sua filha, ouvir!
Sempre
mãe...
-
Manhêêê! Quem é o teu filho preferido?
-
Ah! Tenho três preferidos! O meu preferido, de cinco anos, é você! O meu preferido,
de 9 anos, é o mano! E a minha preferida, de 13 anos, é a mana!
O
tempo passou... a infância curiosa e criativa ficou longe, mas ecoa em meus
ouvidos; assim como a adolescência investigativa e os primeiros voos para fora
e para longe de casa; atrás de escolhas, sonhos e caminhos.
Caminhos tão diferentes! E sou tão grata, tão grata por tudo que aprendi, acessei, conheci e realizei através dos seus olhos, suas viagens, suas demandas, suas dores, suas superações, suas singularidades, “toques e dicas”, carinho e cuidado, agora, para comigo. Continuam meus três preferidos! Pra sempre, meus filhos e eu, sua mãe!
Caminhos tão diferentes! E sou tão grata, tão grata por tudo que aprendi, acessei, conheci e realizei através dos seus olhos, suas viagens, suas demandas, suas dores, suas superações, suas singularidades, “toques e dicas”, carinho e cuidado, agora, para comigo. Continuam meus três preferidos! Pra sempre, meus filhos e eu, sua mãe!
quinta-feira, 7 de maio de 2020 | Filed in:
- EVENTO:
vovó mediando a aula on-line da neta.
- ONDE?
Cada uma no seu cantinho: vovó na sua casa e a neta no seu apto.
- INSTRUMENTO
DE COMUNICAÇÃO: celular
- COMBINADO
DA TARDE: usar fantasia
- FANTASIA
DA NETA: Viajante do mundo
- Justificativa
dela: “sou uma viajante do mundo, vovó! Levo mochila, meu lhama de pelúcia,
mapa do Brasil e do mundo, mapa do esqueleto, travesseiro e um cobertor. Tenho
uma capa. Viajo no meu cavalinho (cadeira) e sou meio mágica! Quando preciso,
minha mochila vira uma casa, um chuveiro, lanchonete... Eu viajo porque gosto
de conhecer as coisas, saber como elas são; se as coisas estão bem ou não, em
outros lugares”...
- FANTASIA
DA VOVÓ: Moose,
-
Justificativa dela: “por causa da saudade dos queridos lá no Canadá. O moose é
um animal símbolo do Canadá. São muito grandes e têm chifres imensos. São
solitários e herbívoros. São lindos”!
- ATIVIDADES:
uma viagem pelos conteúdos\atividades propostos pela escola: aula de ciências, depois
matemática e depois, inglês. Após, um lanchinho: o da vovó, uma maçã. Da
menina, pastelzinho, chá e um
chocolatinho.
- MAIS ALGUMA COISA? Claro que sim! Depois das aulas,
a viajante do mundo convidou o moose para viajar com ela; porque afinal, ele
nunca saíra do Canadá. E lá foram eles: - “para a Europa, a cavalo”! – disse a
viajante! O moose, então, também no seu cavalinho, seguia a viajante, extasiado com
tantas belezas. Houve muitas paradas para lanches, banheiro e soninho. Numa das
paradas, a viajante falou: - “vou consultar o mapa para saber onde estamos”...
“Ah! Estamos na França! Hmmm... como não sabemos falar francês, vou te ensinar,
moose, umas palavrinhas em inglês: Hello! I'm a moose! Bye!” (ela nem lembrou que o moose poderia saber inglês e francês, já que era canadense!) E seguiram, cavalgando... Muito
tempo depois, outra parada. Nova consulta ao mapa: - “Ei, moose! Agora já estamos
no Egito!”... (nem a viajante, até o momento e, muito menos o moose, que nunca tinha viajado, sabiam, de verdade, diferenças entre países e continentes... Mas aí, a viagem\aula precisou ser interrompida por ali, porque a vovó tinha uma outra
aula on-line: de pilates.
- FINALIZAÇÃO
DO TRABALHO:
Neta:
- “gostei de tudo, vovó! Gostei muito das nossas fantasias! Gostei de conhecer
o moose, saber coisas sobre ele e de levá-lo
para conhecer o mundo”!
Vovó:
- “também gostei de tudo, querida! Especialmente de encontrar a viajante do
mundo e fazer este belo passeio com ela! Ir para a Europa e depois para o Egito! Aprender
inglês e ler mapas”!
Delícia de tarde, acompanhando as associações, as generalizações e a leitura de mundo prazerosa que faz uma criança, dentro do seu processo de aquisição do conhecimento; quando lhe é permitido viajar!
Delícia de tarde, acompanhando as associações, as generalizações e a leitura de mundo prazerosa que faz uma criança, dentro do seu processo de aquisição do conhecimento; quando lhe é permitido viajar!
domingo, 3 de maio de 2020 | Filed in:
O
isolamento
trouxe
cuidado,
quietude,
respiração
funda
e
olhar demorado...
A
natureza brilha,
deixada
em paz!
O
sofrimento humano
redescobriu
a oração,
o
valor da partilha,
do
benquerer
e
do coletivo.
Um
jeito diferente
de
viver e interagir nasce
de
onde não se esperava:
deter
um vírus.
Assinar:
Postagens (Atom)