Mãe

       
   
   Sempre filha...
        Minha mãe está longe de mim. Já lidei melhor com esta realidade, principalmente quando o pai estava vivo. Mas, agora, a distância ficou aumentada por conta do isolamento social e ambas estarmos dentro do grupo de risco. Nos falamos pelo telefone e fazemos, uma pela outra, o que é possível e apreciamos fazer: rezamos uma pela outra! Neste fazer, nos confortamos. Sei que ela pede pela minha saúde e pela saúde dos meus! E eu, eu peço, com todo fervor, para que isto passe e tenhamos muitas oportunidades de encontro para o abraço, o chimarrão, a visita às tias, os papos sobre a vida, a saudade do pai e as lembranças da sua infância e juventude! Dona Ottilia, minha mãe adora recordar e eu, sua filha, ouvir!  



   Sempre mãe...
          - Manhêêê! Quem é o teu filho preferido?
        - Ah! Tenho três preferidos! O meu preferido, de cinco anos, é você! O meu preferido, de 9 anos, é o mano! E a minha preferida, de 13 anos, é a mana!
        O tempo passou... a infância curiosa e criativa ficou longe, mas ecoa em meus ouvidos; assim como a adolescência investigativa e os primeiros voos para fora e para longe de casa; atrás de escolhas, sonhos e caminhos.
        Caminhos tão diferentes! E sou tão grata, tão grata por tudo que aprendi, acessei, conheci e realizei através dos seus olhos, suas viagens, suas demandas, suas dores, suas superações, suas singularidades, “toques e dicas”, carinho e cuidado, agora, para comigo. Continuam meus três preferidos! Pra sempre, meus filhos e eu, sua mãe!



 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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