162 - Espera

      A espera é um poço, um lugar maravilhoso!
    Fica numa relva verdinha, circundada por vegetação tranqüila e viçosa. E muitos pássaros ficam por ali, cantando gratuitamente, sem ter mais o que fazer na vida! O poço atrai e, mesmo antes de chegar nele, já se vai acalmando, relaxando. Aquele que tem sede olha confiante para o poço, depositando ali, suas esperanças. Acredita que a água virá, matando sua sede, seu penar, sua saudade. Acredita com toda sua alma! Pode sentir a água preciosa refrescando seu corpo; sentindo um prazer antecipado. Chega perto do poço e a alegria aumenta desmedidamente, o coração acelera. Vê o balde o joga para baixo, ansiosamente. A roldana desce, desce... o poço é muito fundo; parece não ter fim... assim é a espera: sem fim. Começa a puxar o balde e quando ele chega à borda... vazio. Não há nada. O poço está ali, mas o seu conteúdo é aquilo que não é. Ainda. E é esta esperança que mantém a espera. A espera é o poço. Sempre ali. Acolhedor, encantador e seco. Ainda. E por isto, a espera se renova e renova e renova...

 

1 comentários:

Gustavo disse...

Só pra ti saber que estou acompanhando os posts! Um beijo! :)


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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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