171 - Detalhes, logo de manhãzinha

  Bem pertinho, os papéis, as avaliações, os trabalhos a concluir, corrigir; planejamentos a fazer para a semana que inicia e para o final de ano letivo que se anuncia. Um pouquinho adiante, na varanda, já acima dos óculos, os gatinhos, esperando o café da manhã, pacienciosos, me observando enquanto ora se espreguiçam, ora se antenam ao menor ruído e movimento. É surpreendente como estão alertas o tempo todo! Um cheiro de jasmim chega até mim, numa rima espontânea e também me surpreendem, porque eu não os vi desabrochar; simplesmente já estão ali! Assim como as uvas, na parreira, cheias de grãos já bem gordinhos! Eu não os vi “nascerem”! Por isto admiro os gatinhos; não perdem um detalhe! Eu lamento ter perdido estes detalhes tão importantes. De repente quando a gente vê, já está ali; mas isto não foi uma magia, foi um processo. Mais adiante ainda, lá na rua, o catador de lixo reciclável passa e para na frente, na casa do vizinho e eles conversam algo que daqui não entendo, mas percebo o tom alegre, o bom humor e isto me alegra, me dá uma sensação de paz. As pessoas, na rua, ainda riem, ainda se encontram, ainda têm algo em comum, confiam e partilham. Escuto os pingos de chuva que deslizam do telhado e das plantas ao redor da casa, caindo de folha em folha até chegar no chão, embora a chuvinha mansa já tenha cessado. Os morros, à frente, ainda dormem, silenciosos, tudo muito quieto, respeitoso ao tempo de cada coisa, ao momento de cada coisa. Se a gente pudesse aprender isto... curtir estas delicias não somente observando, relatando; mas vivendo!



 

1 comentários:

Lucia disse...

Oi Maisa! Só passei pra dizer que sempre leio seus textos, e "viajo" juntos contigo nas palavras.
Um beijo!


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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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