domingo, 3 de abril de 2011 | Filed in:
Acordei com a sensação de que hoje era domingo de Páscoa. Cheiro de domingo de Páscoa, sol brilhante, um friozinho gostoso; um “quê”, no ar, expectativa, de algo bom por acontecer, surpresa... características singulares de um domingo de Páscoa, para mim e, que hoje, de repente, aparecem...

Na quietude e beleza da manhã se espreguiçando por entre os morros verdes e o céu azul, eu olhei para trás e vi, com clareza, o fio da vida, como foi tecido nas retas seguras, quando sabia o que queria e onde queria ir e nas curvas sinuosas, quando estava insegura, indecisa, amedrontada e os desafios eram urgentes e impulsivos.

Os “nós” que têm as flores e folhas mais bonitas, coloridas, viçosas e que se reproduzem com profusão, são aqueles que a memória atualiza com fidelidade no presente, sempre que preciso e, que foram gestados na entrega a um abraço, um acolhimento, uma escuta, uma confidência, um reconhecimento, um olhar cúmplice e amoroso, uma interação funda com algo ou alguém (filhos, amigos, alunos, amor, poesia, música, planta, bichinho, lua...) uma compreensão... a maioria deles marcados por uma música, um perfume, uma palavra, uma imagem, um toque... uma sensação que ficou na pele. A vida é bonita, como sempre me diz um amigo e como diz o poeta na canção! É?!!!... Olhando, agora, para o dia fantasticamente luminoso, para o mar tranqüilo, verde, que brinca com os cristais de luz espalhados pelo sol; para as flores amarelas que acenam sossego e alegria aqui e ali, no meio da floresta; para a estrada que se abre à frente, clara, convidativa, misteriosa; escutando o canto distinto do vento, das folhas que se roçam na dança que ele organiza e das aves que cantam de “mil maneiras” seu momento sem pudor e interesse; eu penso, outra vez, que é uma pena que isto não nos baste! Nem ao menos como motivação, a um grande número! Pena que sejamos, por vezes, cegos e surdos de coração e inteligência; tateando e produzindo sons dissonantes por entre a miséria, ignorância, intolerância, covardia, medo, consumismo, mesmice, discriminação, arrogância e prepotência... Pena. Podemos ir além, bem além dos nossos sonhos, ilusões, ideais e limitações? Ultrapassá-los e vê-los tornarem-se... cuidando de fato, das individualidades e do coletivo; em cooperação uns com os outros e com a mãe natureza?
This entry was posted on 15:25 You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário