sábado, 31 de agosto de 2013 | Filed in:
Imagem
da Internet
O quintal,
semeado de letras
germina, agora,
em palavras,
prosa e poesia!
Literatura em
árvores
e paredes?
Como se
frutos e flores
fossem?
Cheirosas,
maduras
e coloridas!
Ali, ao alcance
do olhar guloso,
da mão curiosa?
Só chegar e pegar,
cheirar, degustar
e se lambuzar!!!!
... de ideias,
de palavras confeitadas
e perfumadas
de fantasias...
mil possibilidades!
Ah! Brincar de
viajar,
de ser feliz...
na quietude
do eu sozinho
ou no buliço
do eu contigo!
Nas alturas ou no
chão,
ao alcance da mão!
Ah! Na tarde
ensolarada
é tudo de bom!
sábado, 24 de agosto de 2013 | Filed in:
O vô Xmitão, a neta Llian e a bisneta Maria Margot
Hoje, 81 anos, né, pai! Vai haver um bolinho, sei. Meus irmãos e os filhos deles, teus netos e os bisnetos daí, certamente vão passar à tardinha, para o abraço, o chimarrão e aquelas conversas características entre o Ximitão e sua prole. Eu não estarei, nem meus filhos e nem a bisneta daqui. É tão longe para uma visita de final de semana... Ao telefone, hoje cedo, disseste que tua meta é chegar aos 82, “bater o record” dos teus irmãos... Eu não imagino o mundo sem ti, pai! Vais viver muito, ainda! O tempo passou. Passou tanto e a música que ouço agora me leva tão rapidamente, de volta, por tantos caminhos, estradas e dias do passado... me enchendo de emoção a cada reencontro, que preciso chorar a distância destes dias vividos; porque foram tão belos, mesmo os de dureza e dor. Tudo tão intenso! Intensas presenças e intensas faltas. Intensas marcas. Eu me lembro de ti, pai, em tantos dias, tantos contextos, tantas histórias... na minha infância, na adolescência, na juventude e neste meu tempo de vida madura e também na vida dos meus irmãos. Lembro de nós, todos pequenos, esperando tua chegada de viagem, nos finais de semana, ansiosos pelos presentinhos, coisas boas pra gente: rapadurinhas, queijo, ovos, frutas! Das visitas na casa do vô e da vó. Gostavas dos teus pais, havia um grande carinho não falado, mas perceptível, como um fio que nos enlaçava e eu gostava daquele aconchego, de escutar as conversas de vocês. Aquilo me dava uma sensação de pertencer. Recordo da delícia que era irmos, de quando em quando, a um restaurante! Ou tomar sorvete! Ou ganhar um “diamante negro”! Dar uma voltinha ao redor da praça! Pequenas deleites que enfeitavam a vida e pelos quais esperávamos pacientemente. Sinto saudades das passeatas pelas ruas de Ijuí, quando das vitórias do Inter! Eu, na janela, levando a bandeira vermelha, tu buzinando e os manos batendo tampas de panelas!!!! Ah! Que coisa boa!!! Éramos os donos do mundo porque o nosso time, o melhor time do mundo! Era um orgulho ir nas lojas e ouvir: Ah! Você é filha do “Schmitz do Samrsla” ou o “Schmitz da Casa dos Retalhos”. Isto me dizia que tu eras uma pessoa de bem. Que o meu pai era conhecido e querido, considerado por tantas pessoas na cidade! Eu admirava, também a tua assinatura! Aquelas letras desenhadas. Eu acompanhava com admiração quando assinavas um documento, meu boletim, um cheque... e imaginava se um dia teria uma assinatura assim, tão bonita e difícil de fazer! Lembro de como foste te organizando e melhorando nossa vida. E de repente podíamos ir à praia! E viajávamos de fusca e de Kombi, no verão! O carro cheio! Roupas novas! E na praia, tínhamos sorvete ou picolé garantido, todos os dias! Nem precisávamos pedir. Lembro dos carros que tivemos, de como tudo foi conquistado aos poucos... uma Rural, depois o Fusca, a kombi, a Belina, e a “Catarina” (variant)... e outro fusca! Gosto de fusca até hoje! Fizemos viagens memoráveis de fusca, não é?!!! Lembro do meu debut e do meu casamento; dois momentos muito especiais em que você entrou comigo nos ambientes e do quanto ambos estávamos nervosos, mas juntos! E lembro que um dia socorreste minha filha, bebê, levando-a ao hospital, salvando-a, num momento em que eu não estava em casa... E do carinho que deste aos meus filhos. Sempre admirei tua alegria, pai! Teu bom humor e esta tua habilidade de jogar, brincar com as palavras, criar expressões a partir de outras! Claro que um dia eu descobri tua humanidade, tuas falhas, tuas fraquezas e deslizes. Claro que de muitas coisas eu não gostei. Coisas que foram duras e difíceis para mim; deixaram marcas. A vida ensina que ninguém escapa de seu pai e sua mãe. Eu também marquei meus filhos. Porém, o tempo e a distância redimem, suavizam, minimizam... e, no nosso caso, o que ficou é o afeto, a ternura; só o amor! Real ou imaginário, não importa... o que importa são os frutos que produziu: frutos amorosos. Hoje te imaginei aí, no teu Rio Grande, o sol, que tu amas, entrando de manhãzinha pelas janelas, portas e portões! Te envolvendo, refletido na tua careca e nos teus olhos sempre marejados d”água; “remoendo” todas estas coisas que nós sabemos que te ocupam... Mas fique tranqüilo! Nós, teus filhos, estamos bem. Teus filhos são homens de bem. Eu, tua filha sou uma mulher forte. Teus netos, todos, belos e batalhando pela vida, cheios de saúde, criativos, inteligentes! E teus bisnetos, preciosas promessas de futuro! O sol está brilhando, pai, dentro. Nunca deixou de brilhar, nem de aquecer. Estamos contigo. Te amo! Feliz aniversário!
Hoje, 81 anos, né, pai! Vai haver um bolinho, sei. Meus irmãos e os filhos deles, teus netos e os bisnetos daí, certamente vão passar à tardinha, para o abraço, o chimarrão e aquelas conversas características entre o Ximitão e sua prole. Eu não estarei, nem meus filhos e nem a bisneta daqui. É tão longe para uma visita de final de semana... Ao telefone, hoje cedo, disseste que tua meta é chegar aos 82, “bater o record” dos teus irmãos... Eu não imagino o mundo sem ti, pai! Vais viver muito, ainda! O tempo passou. Passou tanto e a música que ouço agora me leva tão rapidamente, de volta, por tantos caminhos, estradas e dias do passado... me enchendo de emoção a cada reencontro, que preciso chorar a distância destes dias vividos; porque foram tão belos, mesmo os de dureza e dor. Tudo tão intenso! Intensas presenças e intensas faltas. Intensas marcas. Eu me lembro de ti, pai, em tantos dias, tantos contextos, tantas histórias... na minha infância, na adolescência, na juventude e neste meu tempo de vida madura e também na vida dos meus irmãos. Lembro de nós, todos pequenos, esperando tua chegada de viagem, nos finais de semana, ansiosos pelos presentinhos, coisas boas pra gente: rapadurinhas, queijo, ovos, frutas! Das visitas na casa do vô e da vó. Gostavas dos teus pais, havia um grande carinho não falado, mas perceptível, como um fio que nos enlaçava e eu gostava daquele aconchego, de escutar as conversas de vocês. Aquilo me dava uma sensação de pertencer. Recordo da delícia que era irmos, de quando em quando, a um restaurante! Ou tomar sorvete! Ou ganhar um “diamante negro”! Dar uma voltinha ao redor da praça! Pequenas deleites que enfeitavam a vida e pelos quais esperávamos pacientemente. Sinto saudades das passeatas pelas ruas de Ijuí, quando das vitórias do Inter! Eu, na janela, levando a bandeira vermelha, tu buzinando e os manos batendo tampas de panelas!!!! Ah! Que coisa boa!!! Éramos os donos do mundo porque o nosso time, o melhor time do mundo! Era um orgulho ir nas lojas e ouvir: Ah! Você é filha do “Schmitz do Samrsla” ou o “Schmitz da Casa dos Retalhos”. Isto me dizia que tu eras uma pessoa de bem. Que o meu pai era conhecido e querido, considerado por tantas pessoas na cidade! Eu admirava, também a tua assinatura! Aquelas letras desenhadas. Eu acompanhava com admiração quando assinavas um documento, meu boletim, um cheque... e imaginava se um dia teria uma assinatura assim, tão bonita e difícil de fazer! Lembro de como foste te organizando e melhorando nossa vida. E de repente podíamos ir à praia! E viajávamos de fusca e de Kombi, no verão! O carro cheio! Roupas novas! E na praia, tínhamos sorvete ou picolé garantido, todos os dias! Nem precisávamos pedir. Lembro dos carros que tivemos, de como tudo foi conquistado aos poucos... uma Rural, depois o Fusca, a kombi, a Belina, e a “Catarina” (variant)... e outro fusca! Gosto de fusca até hoje! Fizemos viagens memoráveis de fusca, não é?!!! Lembro do meu debut e do meu casamento; dois momentos muito especiais em que você entrou comigo nos ambientes e do quanto ambos estávamos nervosos, mas juntos! E lembro que um dia socorreste minha filha, bebê, levando-a ao hospital, salvando-a, num momento em que eu não estava em casa... E do carinho que deste aos meus filhos. Sempre admirei tua alegria, pai! Teu bom humor e esta tua habilidade de jogar, brincar com as palavras, criar expressões a partir de outras! Claro que um dia eu descobri tua humanidade, tuas falhas, tuas fraquezas e deslizes. Claro que de muitas coisas eu não gostei. Coisas que foram duras e difíceis para mim; deixaram marcas. A vida ensina que ninguém escapa de seu pai e sua mãe. Eu também marquei meus filhos. Porém, o tempo e a distância redimem, suavizam, minimizam... e, no nosso caso, o que ficou é o afeto, a ternura; só o amor! Real ou imaginário, não importa... o que importa são os frutos que produziu: frutos amorosos. Hoje te imaginei aí, no teu Rio Grande, o sol, que tu amas, entrando de manhãzinha pelas janelas, portas e portões! Te envolvendo, refletido na tua careca e nos teus olhos sempre marejados d”água; “remoendo” todas estas coisas que nós sabemos que te ocupam... Mas fique tranqüilo! Nós, teus filhos, estamos bem. Teus filhos são homens de bem. Eu, tua filha sou uma mulher forte. Teus netos, todos, belos e batalhando pela vida, cheios de saúde, criativos, inteligentes! E teus bisnetos, preciosas promessas de futuro! O sol está brilhando, pai, dentro. Nunca deixou de brilhar, nem de aquecer. Estamos contigo. Te amo! Feliz aniversário!
| Filed in:
- “Eu acho que se todo mundo tivesse coragem de falar, as coisas poderiam mudar e as pessoas deixariam de fumar e beber”... “eu perguntei para minha mãe por que as pessoas falsificam coisas... mas ela não soube responder”... Ai que fofos! Por alguns momentos, no nosso dia de encontro, a aula é deles. Depois é nossa. Quando no tempo deles, fico de lado, só observando e cuidando do tempo (para não ficar sem tempo!) “babando” de orgulho e desejando que houvesse uma janela para o mundo, afim de que todos pudessem partilhar comigo. Hoje, no 5º ano, como de nosso costume, dois alunos estavam à frente do grupo, apresentando o assunto escolhidos por eles para expor aos colegas: drogas e falsificação. Eu não teria sugerido estas temáticas a eles! Fiquei surpresa, com expectativa para ver como conduziriam o pensamento, o que teria destaque nas suas falas. Vencendo o natural nervosismo, certa “vergonha” diante de um “grande público”, os dois, um menino e uma menina, tomaram a palavra e bem articulados com ela, seguiram apresentando e argumentando com emoção e propriedade, em favor de suas impressões e “certezas”, questionamentos e experiências; ordenando a participação dos colegas que ouviam e também queriam fazer seus relatos; sustentando seus braços erguidos, para não perder a vez. A turma ainda não participou do programa PROERD, mas quando o programa chegar na escola, os instrutores serão surpreendidos! Na interlocução, em relação às drogas, focaram o uso do cigarro e da bebida e, em relação à falsificação, a adulteração de CDs (jogos, música) calçados e brinquedos. São crianças, falaram do seu mundo, do que vivenciam, escutam, sofrem, acompanham, observam, leem, assistem. O que não é pouco para a idade deles. As crianças não estão sendo poupadas de nada, infelizmente. Acho que nunca foram. Se eu não oportunizasse estes momentos de expressão, também não saberia sobre isto que eles armazenam, elaboram e constroem, a partir do que observam a nosso respeito e a respeito do mundo que entregamos a eles. A sala de aula, com sua enorme listagem de programas e conteúdos exigentes e repetitivos, nem sempre abre espaço para o “novo, o pulsante, o vivo”, a não ser que a gente priorize e incursione pelas ruas paralelas e transversais, que eu adoro! Ouvi, depositária da confiança deles, muitos relatos emocionados sobre coisas vividas e sobretudo, de alguns fantasmas que perseguem alguns, sobre o medo de perder pessoas queridas por causa do cigarro e da bebida ou, de sofrer as conseqüências advindas do uso da bebida, nas relações cotidianas e no trânsito. Queriam saber, com insistência, os motivos que levam alguém a falsificar coisas! Tantas coisas passaram pela minha cabeça... recordações, meus próprios medos e fantasmas nascidos lá na infância... vontade de proteger, de garantir que não existem e não existirão perigos e sofrimentos, nem maus exemplos, nem violência e nem injustiça; ou que não perderão nenhum de seus queridos para as drogas e nem para a bandidagem, corrupção... Encerramos a parte deles com muitos aplausos e com estas pérolas de fato; pensamentos importantes que germinam dentro deles: “importante, né Maisa, é a gente pensar com a própria cabeça”!... “a gente precisa ter coragem de falar estas coisas, daí elas podem melhorar”... “a gente também pode falar estas coisas para os pais e ajudar”... “tem que ir falando, mesmo que não escutem... até que escutem!”... “é bom e é preciso cuidar, se informar, antes de comprar alguma coisa em algum lugar”... “ melhor comprar o original, o falsificado logo estraga ou estraga os aparelhos”... Toda semana, este privilégio de rever e renovar o olhar! Que coisa! Sintonia bonita a de hoje! Mesmo sem combinar, os dois alunos trouxeram assuntos afins e que ficaram, certamente, suscitando sentimentos e pensamentos, como em mim. Depois disto? Fomos fazer poesia! Então fiquei pensando que a originalidade é o belo, a saúde, a felicidade e que a adulteração, a falsificação da nossa originalidade ou das originalidades alheias enfraquece, estraga, produz dor. Precisamos das “bengalas” da “ilusão” ou das “vantagens”? Nós não nos temos, uns aos outros? Por que então não nos buscamos?
sábado, 17 de agosto de 2013 | Filed in:
Desceram, falantes e faceiros, a rampa. Cada um levando sua cadeira e em “fila indiana”, por minha solicitação; como prevenção aos descuidos, esbarrões e implicâncias de percurso entre os mais afoitos e impulsivos. Nos instalamos, então, no quintal, em cima do palco, “nascido ao pé do morro”, beirando e tocando, suavemente, a floresta vizinha. A tarde estava luminosa, verde e azul por todos os lados. Num círculo, nos pusemos a atualizar o passeio a Curitiba, mais especificamente ao MON (realizado na quarta). Demanda uma entrega sincera o ouvir as observações de cada um. Não dá para ter pressa. Esta, aliás, foi a única coisa que a turma nomeou como algo negativo, na visita ao museu: a pressa da guia. “Não dava pra gente aproveitar, era tudo muito rápido!”. Foi o que eu achei também, embora entendesse a pressa da guia. Mas eles estão acostumados a olhar de fato, curtir, aprofundar, interagir. E isto era o que estava acontecendo, ali, naquela “sala de aula” imensa e cheia de encantos que é o quintal da escola. Expressaram interesse em saber mais sobre Oscar Niemayer e suas obras. Lembraram com precisão as informações da guia sobre as obras de Escher e partilharam suas próprias impressões; minúcias, sutilezas, sensações. Quanto mais palavras, mais palavras! Um sem fim de palavras invadindo a palavra do outro, porque uma coisa puxava a outra, a lembrança da outra e ficava difícil esperar a vez! Mas, enfim, depois do conhecimento socializado no grupo, fomos à prática. Escritores de si mesmos, os alunos andaram pelo quintal, observando, buscando inspiração no universo privilegiado de natureza... De volta à sala de aula formal, a expressão escrita: um tal de transformar pensamentos e sentimentos em desenhos, prosa ou poesia! Traços lindos! Objetivos ou subjetivos, coloridos ou sem cor alguma; com muitos ou poucos detalhes; ocupando lugar e espaço, com confiança. Prosas ou poesias gestadas entre sussurros, sorrisos, “gracinhas” e silêncios; “olhadelas” para o desenho e para além das janelas de vidro, confirmando algum traço, alguma ideia, emoção não traduzida. A leitura destes trabalhos sempre é um momento de delicadeza intensa e de grande comoção. Por vezes, preciso sair da sala, respirar, tomar água, rir, chorar ou partilhar com algum colega. É quando renovo os votos deste casamento com meu trabalho. Quando repito a mim mesma: é por isto que estou aqui há mais de trinta anos. É por isto que o amor não morreu; renovou e me renova! A poesia de um deles, hoje, falou assim, num momento do seu curso: “quando eu descobri o amor \ é como se uma flor \ abrisse dentro de mim \ eu fiquei mais feliz”... Ah! Tão bonito! E dito por quem foi dito, aumenta seu valor e o meu encanto! E se não fosse, eu diria: o quintal é mágico!
quinta-feira, 15 de agosto de 2013 | Filed in:
Tocada, a alma
se desnuda.
E desnuda
é pura gratidão!
Pelo ínfimo,
pelo “menor”,
que vai
compondo o todo!
E pelo todo,
o “grande”,
com seus traçados
e significados.
Que dor
quando o interesse
ignorante e cego
suplanta
todo gesto,
anterior,
de respeito
de cuidado
e de amor.
A alma desnuda
é pura gratidão.
Puro amor!
| Filed in:
Obra de Escher
A tarde fria de
ontem, quarta-feira, passamos (turma do 5º ano do Quintal e nós, seus professores)
partilhando o “calor” das descobertas, admiração, encantamento e questionamentos,
no MON (Museu Oscar Niemeyer), em Curitiba, visitando o museu e a exposição
“A Magia de Escher”, do artista
gráfico holandês Maurits Cornelis Escher. Escher (informação reforçada por
nossa guia, no MON) ficou conhecido e famoso mundialmente por “representar
construções impossíveis, preenchimentos regular do plano, explorações do infinito
e as metamorfoses, padrões geométricos entrecruzados que se transformam
gradualmente para formas completamente diferentes”. Sua obra é marcante por
“gerar imagens com impressionante efeitos de ilusão de ótica, com notável
qualidade técnica, respeitando as regras geométricas do desenho e da
perspectiva”. Momentos maravilhosos e
singulares, foram estes, de aprendizado e alimento para a alma e a curiosidade!
O ser humano é realmente fantástico nesta sua capacidade de elaborar e expressar
suas percepções de mundo! Imperdível a visitação a estes lugares onde estão
expostas! Nos encontramos ali, crianças e adultos, contemplando... com nossos
olhos e alma, cativados por aquelas obras de arte - de subjetiva beleza; desafiando nossa imaginação e compreensão a respeito da representação da ideia, do sentimento de um outro, semelhante e diferente de nós - acolhidas dentro de uma outra grande obra de arte (o museu), criada, ali, por Niemeyer. Gosto muito de
algumas citações deste arquiteto, sobre o seu traço, especialmente desta que transcrevo e que está
lá, impressa, para meu contentamento: “Não
é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo
homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas
montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas
nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo
- o Universo curvo de Einstein”. Que coisa mais linda! SIM à flexibilidade,
à liberdade de ser e expressar! Depois de um encontro destes, o cotidiano fica
mais bonito e nós, mais voltados às sutilezas, sensibilidades, à contemplação; com vontade renovada de viver, trabalhar; tocados no desejo de encontrar, produzir e expressar sob o ângulo da
nossa singularidade.domingo, 11 de agosto de 2013 | Filed in:
Eu
vi a neve uma única vez e com meus olhos de criança. E era aniversário do meu pai! Estava na primeira série.
Era meu primeiro ano na escola, no Ruizinho. A escola e a neve chegaram no
mesmo ano e aquele foi, sem dúvida, o ano mais significativo da minha vida, por
causa da descoberta da leitura e da escrita. De repente, o dia amanheceu
branquinho e não era novidade somente para as crianças. Era também para a
maioria dos adultos. Que fenômeno!
Provocou uma mudança nos hábitos, alterou a rotina daquele dia. Mas eu
fui à escola! Não sei o que motivou meus pais me levarem para a escola, neste
dia! Na verdade, eles e mais duas famílias: estávamos três alunos e a
professora, em sala de aula, naquela manhã. Nem a professora sabia muito bem o
que fazer, parece. Ela estava diferente. Eu lembro que a rotina também foi
diferente. Nós não conseguíamos sair das janelas, que eram muito altas.
“Entroxados” de roupas de inverno, subimos nas classes encostadas (acho que
pela professora) na parede e grudamos nossos rostos no vidro, espiando (com olhos
que não abriam mais por falta de espaço) o “lá fora”, a neve! Ela cobrira todo
o gramado e as grossas árvores. Nada do verde! Onde fora? Era lindo e era
assustador... a falta de cor! Não lembro de sentir frio. Ao contrário. Lembro
deste dia como algo cheio de quenturas e coisas aconchegantes, mágicas! Talvez
porque oportunizou uma aproximação maior com a professora, que nos deu uma
atenção extra, especial! Por um dia, éramos os únicos, especiais para ela. E isto era
muito bom! Estávamos ali, os quatro, próximos como náufragos; ilhados naquela
imensa sala de aula, cercados por todo aquele extraordinário milagre branco! Doce
momento de intimidade que poderíamos ou deveríamos estar partilhando com os
familiares, mas não, estávamos ali... por quê? A professora, com certeza, por
dever ou por não se permitir faltar. E eu e meus dois colegas? Aparentemente,
devido ao grande senso de responsabilidade de nossos pais. No decorrer da vida
profissional, anos mais tarde, encontrei muita dificuldade em me permitir
faltar ao trabalho e, quando faltei, por motivo de absoluta falta de condição
física, a culpa assombrou. O que o inconsciente registrou naquele dia em que eu vi a neve, neste sentido?... Muito clara é a
recordação dos rostos grudados à janela, cujo vidro embaçava a todo instante,
com a nossa respiração. Então aproveitávamos para desenhar, fazer rabiscos (era
muito divertido!) até que o vapor sumia e a neve surgia aos nossos olhos, outra
vez, desconhecida e sedutora, lá fora! A professora, num ímpeto de alegria e ousadia, decidiu nos levar ao pátio. Deus! Que era
isto de pisar numa grama verde transformada em gelo?! De repente, parecia que
éramos personagens saídos dos livros de histórias que aprendíamos amar! E brincamos, fazendo
bolinhas de neve, jogando-as para lá e para cá... fizemos até um boneco de
neve! Assim como víamos nos livros de histórias! Um dia mágico, este em que “caiu”
neve, em Ijuí. Mágico! Acho que porque eu o vivi, em parte, na escola; que
sempre foi um lugar de coisas boas para mim. Um lugar onde encontrei os livros,
as histórias, os contos de fada, as letras e as palavras e, a professora
acolhedora. A sensação que eu tenho, ao lembrar, é de que ali comecei a viver:
quando comecei a escrever a minha história e ler a vida ao meu redor. Na
escola.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013 | Filed in:
Imagem da internet
Misturas de lá e de
cá
o que é que dá?
Alquimia no
dia-a-dia!
Minha fome
com tua simpatia?
A mais deliciosa
ambrosia!
Desejo e resistência?
Uma grande teimosia!
Indiferença e insistência?
Pura antipatia!
Contos de fada,
cantorias, trocas
e encontros?
Doce magia!
Tua generosidade
com minha sensibilidade?
Silenciosa harmonia!
Céu azul e criança
brincando?
Só alegria!
Areia, árvore,
amigos, água e
quintal?
Muita folia!
Imagens e palavras?
Gostosa parceria!
Estrela, lua cheia,
teu olhar e o mar?
Poesia! Poesia!
Aspereza,
desconfiança
mentiras e
desrespeito?
Pavorosa ventania.
Saudade, sonho,
coração acelerado
afeto, sutilezas?
Apaixonantes
melodias!
Amor, entrega
doação e paixão?
Gera vida, cria!
Gente, natureza
dor e beleza?
Vida nossa
de todo dia!
Meu contorno
e minha
singularidade
no teu abraço?
Eu queria!
terça-feira, 6 de agosto de 2013 | Filed in:
Misturas
de elementos, reagentes, fusão, transformação, alquimia, química. “Desde o
momento que vocês acordam, até o final do dia, estão em contato com a química”!
E é verdade! Em Pomerode, ontem, com os alunos, visitando a EKOTEX química e,
estas foram as palavras iniciais do nosso anfitrião, pai de um aluno. Que
universo fantástico, diferente! Tudo medido, pesado, mensurado, exato. E mesmo
assim, cheio de magia, mistério, poesia! Experiência fabulosa para os alunos,
na infância; sendo cativados\encantados para a ciência, a pesquisa; à investigar
as propriedades dos elementos e sua transformação em outras formas... experiências ricas e para toda vida! O
conhecimento é maravilhoso! Aprender é muito bom; ainda mais quando se tem
oportunidade e liberdade (desde muito cedo) para inquirir, falar, trocar, tocar;
tempo e respeito para processar e elaborar.
Assinar:
Postagens (Atom)