sexta-feira, 25 de julho de 2014 | Filed in:
A
chegada, ontem à tardinha, foi com chuva.
Hoje, o dia amanheceu sorridente! O sol chegou
dourando tudo; abraçando e aquecendo a gente! O frio é intenso! Ele gruda na
gente e não larga! Entra pelos poros e gela dentro e fora! O sol e o fogo
miniminizam; mas não eliminam. É tempo do frio e não adianta. Melhor é se
entregar de vez e conviver com ele. Respirar e acolher suas carícias
ininterruptas, até encontrar um conforto... caminhar com eles: o frio e o sol.
De repente, a parceria fica boa! Com eles, reencontrei, revi minha cidade. Fui
ao encontro de minha saudade.
Tentei dialogar, mas a cidade não me reconheceu.
Agora sou vovó. Quando saí, era mãe de filhos pequenos. Estou diferente. Muito. A cidade também. As árvores da praça, mais viçosas, grossas, sábias.
O Ruizão,
totalmente transformado! Entrei e não encontrei nada como o deixei.
Perguntaram-me: quando esteve aqui? – Entrei em 1970, respondi... Muito
tempo... muito. Destruíram o prédio de madeira! Mas preservaram as árvores! E elas me trouxeram as falas do professor Beno, de Espanhol: “Adelante...”; da professora de Ed. Física, Dircema: “pega a bola, bibelô...”; da gente cantando no coral da professora Maria Helena... dos preparativos para os nossos teatros... do grupo do Grêmio Estudantil, preparando o jornal... dos desfiles maravilhosos de 7 de setembro... das paixões platônicas e dos escritos sem fim nos diários... dos dias de chuva, indo pra escola de galocha, capa e guarda-chuva, fazendo festa caminhando nas poças d”água... das festas, reuniões dançantes nas casas de uns e de outros colegas; daqueles ensaios de aproximação; da timidez, da vergonha, das mãos trêmulas que mal se tocavam, na dança... da grande expectativa de encontrar o amor e de como isto seria!
A casa da infância, adolescência e juventude. Tão diferente, tão mal cuidada, agora que a família não está mais ali... Mas o "chorão" ainda está lá! Só que muito mais alto! E esta garagem.. não era dali...
A casa onde nasceram meus filhos... a cabana da vó... E o coqueiro! Cresceu
solitário e ali mantém-se firme, resistente.
Sentimentos fortes e desencontrados,
palpitantes ... a casa ainda repleta de nós...
Saudade de
irmão! Quanta!
Por onde a vida nos levou? Eu fui embora e outra
vida começou para todos nós. Como a gente faz, quando volta e não se encaixa no
lugar que é seu, mas que não lhe serve? Lacunas do não vivido, não podem ser
mais vividas. Só amor se encaixa. Em qualquer cantinho, qualquer espaço, ele se
encaixa, se adapta, se molda. E recomeça de onde parou.
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