Regresso (4) - O amor é eterno

“O amor é eterno”, disse o pastor, durante uma cerimônia onde seis casais reuniram-se para comemorar os trinta anos de casamento, Bodas de Pérola. Estes casais, entre eles, um primo querido, convidaram parentes, amigos e comunidade para celebrar junto. O presente, se alguém quisesse levar, era alimento não perecível para ser doado a algumas instituições da comunidade.
Foi lindo ver os casais entrando na igreja, seguidos dos filhos e alguns, dos netos. Lindo vê-los entoando cânticos louvando seu amor! Lindo vê-los partilhando uma festa, quando tantos querem os brilhos e honras só para si. Lindo ver esta permanência e perseverança de alguns, num tempo de tantos descartáveis. Que não é fácil, a gente sabe que não é. Não é mesmo! Mas não impossível.
Bonito também foi o reencontro com primos, tios, parentes; que há tempo, muito tempo, não via. Pessoas com as quais convivi na época dourada e longínqua da infância, adolescência e juventude, queridos demais... E reencontrei também com velhos rostos e queridos rostos, que me reconheceram, para minha alegria: colegas de escola, do ginásio, lá do Ruizão; uma colega professora, dedicada e querida, do Ijuizinho; a irmã da minha costureira; cuja última confecção para mim, foi meu vestido de noiva...

O pastor tinha razão quando sintetizou o porquê de estarmos todos ali, com uma frase bíblica: “O amor é eterno”. Bastou encontrar com todos estes queridos, guardados do passado; para perceber que o afeto estava ali, vivo, apesar de tudo; das diferenças e das distâncias. 

 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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