Quatro feiras






Madrugadinha de sábado.

O sol ainda embaixo das cobertas...

Bocejando um resquício de sono

mas animadas, decididas,

lá vão elas,

as amigas,

as vizinhas!

Vovozinhas "prafrentex"!

Uma feira!

Duas feiras!!

Três feiras?!!

Quatro feiras???!!!

Exagero? Não!

Disposição!

- Ah! Acorda povo!

Acorda que a feira tá linda!

Acorda que bem cedinho

tudo é mais fresquinho!

- Que nada! Acabei de ver

o feirante repondo brócolis;

eles estavam bem verdinhos!!!!

- Ah... bem... mas vem!

Vem na hora que quiser!

Não resisto! Quero isto

e quero aquilo...

Ai, que lindos tomates!

Belas maçãs,

suculentas melancias,

atraentes berinjelas,

doces batatas-doces!

Cecília tá de olho nos ovos

e galinhas caipiras;

no queijinho com nata,

no leite, nas flores

e nas primas, as couves!

Carmem, nos pimentões sadios,

na cenoura fresca,

no palmito e nas peras:

- Ah! Estas estão boas, hoje!

Também quero ovos caipira...

O Ximitão,

quando andava por aqui,

exibia preferências:

- "Tem ”murcilha”?  Da branca? E da vermelha?

Ô, irmão! Me vê aí três quilos de mandioca

e quatro espigas de milho!!!!

Faz um descontinho camarada"?

Mas... Puxa! Quatro feiras!

E não é nome de pizza, né?!

Não!... Mas podia ser!

Que gulosas estas gurias!

Não podiam ir numa feira, só?

Por que quatro? E numa

só madrugada?

- Ai, gente! Que é que tem?

É puro prazer!

Este ritual de

encurtar o sono

de “manhãzinho”,

encher olhos e sacolas com

formas, cores e sabores;

escolher e comprar com cuidado

pensando “lá em casa”...

adianta e aumenta o dia!

E mais, é cultivo de carinho!

 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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