domingo, 9 de dezembro de 2018 | Filed in:
“Doce é sentir
em meu coração,
humildemente,
vai nascendo o amor!
Doce é saber,
não estou sozinho,
sou uma parte,
de uma imensa vida...
O céu nos deste,
e as estrelas claras;
nosso irmão Sol,
com nossa irmã Lua;
nossa mãe Terra,
com Frutos, Campos, Flores;
o Fogo e o Vento,
o Ar e a Água pura;
fonte de vida
de toda criatura”...
O
poema é lindo! Desde que o ouvi, pela primeira vez; num filme: “Irmão Sol, irmã
Lua”, lá na adolescência, nunca mais esqueci. Amo! Tocou e inquietou meu olhar
e meu coração para sempre.
Amar
implica ser humilde. Sendo arrogantes, sabichões, egoístas e preconceituosos,
nunca entenderemos, nem aprenderemos, nem viveremos. As guerras, a violência em
todas as suas manifestações, o feminicídio, o genocídio, a homofobia, a
hipocrisia, a miséria, a injustiça, a dor e a exclusão do diferente... bem o demonstram.
Amar
implica ser humilde para VER, SENTIR, RECONHECER o outro, seu valor. Um duro e,
ao mesmo tempo, doce aprendizado. De um ângulo, considero que estamos muito
longe disto. Mas de outro, quando observo nossas crianças, muitos jovens, adultos
e belas semeaduras: aqui, ali, no mundo inteiro e, vejo brilho e encanto em
muitos e tantos olhos; me reanimo!
Vibrei e fortaleci com
as palavras simples e sábias de um pescador aqui, de nossa
região, que esteve na escola, semana passada, conversando com uma turma de
alunos: “a vida não pode desanimar”!
Gosto
de imaginar e perceber a vida como sendo um aprendizado num acolhedor
“Quintal”; onde uns jogam bola, outros sobem em árvores! Uns deslizam pela
rampa; outros pelo escorregador e outros balançam! Uns leem nos cantinhos,
outros escrevem, contam histórias, ensinam e calculam! Uns desenham; outros
constroem casas, castelos, ruas! Uns observam, investigam, fazem misturas para
ver o que acontece! Uns brigam e outros ajudam a atualizar e reconciliar! Uns
caem, outros se machucam e outros, ainda, dedicam-se a cuidar. Um cantam,
dançam, pulam; outros dormem ou assistem! Uns dirigem carinhos; outros,
cadeiras e outros, ainda, uma caixinha, uma bicicleta, um avião ou um sonho,
uma imaginação! Uns se rebelam, questionam, transgridem e aprendem, no seu
tempo, sobre causas e consequências; sobre pedir desculpas, desculpar; sobre
desafiar-se e tentar; modificar! Uns sentem medo, paralisam, ficam doentes e
sofrem; alguns confortam, colocam-se no lugar do outro e animam, tratam, curam.
E alguns, simplesmente contemplam as nuvens a sonhar e poetar! Todos
deparam-se com limites, regras, leis, diferenças e aprendem, no seu tempo e
ritmo, a respeitar, perseverar, transformar, superar!
Gosto
de imaginar a vida como este luminoso e acolhedor “Quintal”; onde cada um é
como é; como se esforça e consegue ser. Onde há escuta, alegria, ombro e colo.
Liberdade para ir e vir; chorar e rir; ficar em silêncio ou tagarelar.
Quietude, espaço e vez.
Gosto
de imaginar a vida, esta que “não desanima”, como sendo este “Quintal”
de labuta; de movimento, experimentação, reflexão e criação; sob o olhar
amoroso, protetor e justo da mãe Terra, do irmão Sol, da irmã Lua, das irmãs
Estrelas e dos irmãos Elementos: nossas fontes de vida!
Gosto
de sentir que, assim, gradativa e humildemente, vai crescendo amor, em mim; em
ti e em quem desejar!
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