quarta-feira, 7 de agosto de 2019 | Filed in:
A leitura é um fazer, prazer extraordinário! Ler é dar
encanto ao cotidiano! E trabalhar a
leitura com os alunos é sempre um reencantamento! Interessante é
observar como os livros, suas histórias e a lidança com eles, marcam momentos,
aprendizados, épocas, pessoas...
Meu primeiro contato com
leitura, com os livros de literatura, foi quando entrei na escola, aos 7 anos.
Não tenho lembrança de adultos comprando, lendo ou crianças interagindo com
livros, até então. Minha professora de 1º ano, era sensível, maravilhosa: foi ela quem me
apresentou os livros e a escrita! E o primeiro livro que tive nas mãos, foi um
livro de Contos de Fadas. Ali me apaixonei pelos príncipes, princesas, fadas;
pelas histórias e pelas letras. O mundo, gradativamente abriu-se para mim e
então eu passei a “ver” atos de leitura ao meu redor: meu pai lendo jornal; minha avó paterna lendo
revistinhas alemãs. Bem mais tarde soube
que eram romances e isto, de uma certa forma, me aproximou mais dela, porque a vó, sempre às
voltas com a costura e o jardim; gostar
de romances e ainda saber ler alemão, era algo muito grande e especial, dentro do
meu imaginário, da minha realidade, percepção e compreensão de mundo e de
leitura!
Eu
tinha um tio que morava em Porto Alegre, o tio Atílio. Nos visitava de
quando em quando e numa destas visitas, presenteou-me
com uma coleção de livros e só então eu soube que ele trabalhava para Livraria e Editora Globo, viajando e vendendo livros. Eram obras de Karl May, um escritor alemão, que eu soube, muito tempo depois, ser um dos escritores alemães
mais vendidos da história. A coleção era
composta de doze volumes; romances de aventuras vividas no Velho Oeste americano, no Oriente e na África. Foram os primeiros livros
que eu ganhei na vida! Fiquei profundamente grata ao tio e guardei-os com o
maior carinho e ciúmes! Não li. Devorei!
Com o tempo, as mudanças de casa, estado, etc; restou-me apenas um deles, da trilogia Winnetou, que eu mais gostei; na verdade, amei! Na trilogia, o autor narra aventuras maravilhosas de um cacique apache, um herói fictício, nativo americano. Lendo, interesse, amor e respeito nasceram, dentro de mim, pelos povos indígenas. Nisto, uma tristeza: conheci um pouco sobre a realidade dos índios americanos antes de conhecer a dos nossos índios brasileiros. Sobre estes, na escola aprendia que moravam em ocas, caçavam, pescavam, usavam cocar com penas e viviam no mato, felizes, cuidando da natureza. Bah! Entrei na escola em 1964 e todo meu período de escolarização se deu durante a ditadura; isto explica...
Com o tempo, as mudanças de casa, estado, etc; restou-me apenas um deles, da trilogia Winnetou, que eu mais gostei; na verdade, amei! Na trilogia, o autor narra aventuras maravilhosas de um cacique apache, um herói fictício, nativo americano. Lendo, interesse, amor e respeito nasceram, dentro de mim, pelos povos indígenas. Nisto, uma tristeza: conheci um pouco sobre a realidade dos índios americanos antes de conhecer a dos nossos índios brasileiros. Sobre estes, na escola aprendia que moravam em ocas, caçavam, pescavam, usavam cocar com penas e viviam no mato, felizes, cuidando da natureza. Bah! Entrei na escola em 1964 e todo meu período de escolarização se deu durante a ditadura; isto explica...
Segui devorando livros, frequentando a biblioteca da escola
e do município. Mas o meu desejo era comprar livros, os meus livros! Queria tê-los em casa!
Comecei a trabalhar concomitante à entrada na faculdade, no curso de Letras. Bah! Agora estava com a faca e o queijo na mão! Eu tinha quem conhecia, amava e indicava os livros (os professores de literatura: Deonísio e Alberi) e tinha o "meu dinheiro" para comprá-los!!!!! Não esqueço que, na época, além dos livros indicados pelos profes, adquiri, aos poucos, durante meses, uma coleção, linda, dos Clássicos da Literatura Universal, lançada pela Abril Cultural, entre 1978,1979. Ah! Era uma alegria infinita receber, mensalmente, um volume. Eu me sentia rica! E assim continuo sentindo: enriquecer a cada livro que compro, ganho, leio ou presenteio alguém.
Comecei a trabalhar concomitante à entrada na faculdade, no curso de Letras. Bah! Agora estava com a faca e o queijo na mão! Eu tinha quem conhecia, amava e indicava os livros (os professores de literatura: Deonísio e Alberi) e tinha o "meu dinheiro" para comprá-los!!!!! Não esqueço que, na época, além dos livros indicados pelos profes, adquiri, aos poucos, durante meses, uma coleção, linda, dos Clássicos da Literatura Universal, lançada pela Abril Cultural, entre 1978,1979. Ah! Era uma alegria infinita receber, mensalmente, um volume. Eu me sentia rica! E assim continuo sentindo: enriquecer a cada livro que compro, ganho, leio ou presenteio alguém.
Cada livro, um mundo! Vivo!
E quando a gente retoma, como agora estou fazendo, relendo as Vinhas da
Ira, de John Steinbeck, mundos, personagens e histórias dialogam comigo e se
atualizam, como se também eles continuassem vivendo... tem como não gostar?!
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