quarta-feira, 21 de novembro de 2012 | Filed in:
Ancorados,
encaixados no abraço suave do mar, os barcos contavam histórias. Não chegavam
inteiras porque algumas ondas brincavam,
barulhentas, com os rochedos, ali perto;
crianças corriam e conversavam alegrias, na pracinha e o movimento de carros,
na avenida próxima, era intenso... Uma composição bonita, na tarde nostálgica
que se espichava para além do horizonte
distante. Histórias de tanto tempo... do
tempo em que, no seu corpo, as suas cores eram vivas, a madeira nova e eles,
impulsivos e destemidos! Gastos e desbotados, agora eram tranqüilos e
respeitosos. E não tinham pressa. Não mais. Palavras, pedaços, fragmentos de histórias, chegavam, falando de esperas e esperanças, medos e
inseguranças; despedidas e saudades... Da solidão desesperada e profunda dos
desencontros e dos profundos
encontros com as incógnitas e
mistérios dos dias e das noites
revezando-se dentro e fora... de temporais e apaixonamentos arrebatadores e de
rotas e amores tranqüilos num porto seguro... De fugas, lutas e buscas; fracassos
e perdas! E também de trabalho intenso e redes cheias! Tão bom ouvir histórias
e encontrar, dentro delas ou através delas, com as pessoais; elaborar e
aprender que o tempo não para e que o
que de fato se tem, é o agora e o que se quer e consegue fazer com ele... e que
há muita frase feita, muita semelhança, muita repetição... mas nada igual,
nenhuma história igual. Esta singularidade é o que mais nos afasta e machuca; mas também o que mais nos aproxima
e encanta... Talvez o preciso e precioso seja o cultivo da paciência
para viver a própria história e para escutar e respeitar a história do outro,
os momentos em que elas interagem e como isto impacta, repercute, mobiliza e marca a nossa ....
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