Moça elegante

     


       Andava cabisbaixa, observando, ao mesmo tempo, ranhuras e buracos na calçada limosa que contornava o asfalto e as coisas absolutamente tragicômicas do cotidiano, que vagavam e penavam, sem sossego, dentro dela; diante das quais, era impotente. Então ouviu:
        - Lá vem a moça elegante, do ponche!
        Ela era a moça elegante!
        A pessoa que elogiara, sorria um sorriso aberto, franco e a olhava com sincera simpatia e admiração.
        Ah! O que produz um olhar que vê o que ninguém vê!

 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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