sexta-feira, 29 de janeiro de 2016 | Filed in:
Por mais
uma vez
o dia
nasce
cheio de
frescor
e
curiosidade.
O sol
brilha
seu
curso belo
e paciente.
Flores
cintilam
cores e
cheiros.
Abro
meus olhos.
Vivo!
Atualizo
meu tempo
meu
lugar.
Sinto
teu olhar
cúmplice,
cheio de
admiração
e
ternura.
Levanto
e sigo.
O
coração borbulha
desejos,
inquietudes
poesia e
horizontes.
Amo flor
e ser.
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Tão
próximo
presente
e íntimo
quanto
distante,
inatingível
e
inalcansável sol.
Aprecio
este inverno!
Hiberna,
aquietado.
dormindo
apenas
sonhando.
Não
brilhe
não
atualize
não
respire
não se
mova
não
ressuscite!
Não
precisa!
Já é
tempo,
centro
vento
alento,
dentro!
Amor.
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Há
coisas bonitas e boas
que são bonitas
e boas
só de
longe.
De
perto,
cheiram
mal.
O
distanciamento
redime,
suaviza.
A
aproximação
gera
intimidade.
Na
intimidade
tudo
aparece.
Nada é
perfeito...
Parece
que só o ideal...
Ou a
gente vive
sonhando
idealizando
metaforizando
fugindo
ou...
trabalha!
Amadurece.
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De manhã
cedinho
a cidade
dorme.
Não na
noite, na madrugada;
não no
dia,
no sol,
na labuta.
É de
manhã cedinho
quando a
pressa,
a
ansiedade
os
problemas
a
impaciência
o mau
humor
os
inocentes
a
ignorância
e toda “gente
do mal”
vive uma
trégua...
Ali
acontece um hiato,
ainda!
Um olhar
amoroso
uma
suavidade
uma
energia boa
envolve
a cidade...
ainda!
É o
abraço da aurora,
uma
esperança teimosa!
De manhã
cedinho
só a
passarada
compondo
poetando!
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A história
(Maria
Margot, 3 anos)
“Quando o Luano machucou a asa, a vovó salvou ele. Ela pegou o passarinho e
levou o passarinho pra casa dela. Ela fez um “reikinho” nele e eles viveram
felizes para sempre”!
A “versão estendida”
(vovó
Maisa)
Lavava a calçada e, de repente, ouvi o canto de um sabiá, muito próximo... Eu
trabalhava e ele cantava. Era uma deliciosa parceria e não pude deixar de
lembrar da famosa fábula e dos dias ensolarados de interação entre a cigarra e
a formiga... Fiquei um longo tempo pensado naquela e nesta simbologia do
momento; até que não resisti e procurei por ele. Não estava no telhado ou em
cima de uma das árvores, como eu pensara no início. Estava dentro da sala e
voava de um lado para o outro, como se procurasse uma saída. Não sabendo o que
fazer, abri bem as janelas e a porta para facilitar seu encontro com a
liberdade e fui concluir meu trabalho. Quando voltei, ele ainda se debatia.
Então fiquei aflita e senti-me convocada a ajudar.
Fiquei acompanhando seus movimentos
de lá para cá até que, parecendo cansado, pousou em cima de uma mesa. Tive uma
ideia! Rapidamente joguei um paninho bem
leve, feito rede, em cima dele; que ficou bem quietinho. Assim, pude pegá-lo.
Coloquei-o em cima do peitoril da janela, estimulando o voo. E ele foi... mas
não para o alto; foi para o chão! Para a morte! Sim, porque simplesmente “do
nada”, surgiu um gato preto e o abocanhou; fitando-me, ao mesmo tempo com olhos
desafiadores e vitoriosos.
Entrei em pânico e gritei! O gato,
surpreendentemente, assustou-se e largou a presa. Então, sem parar de gritar,
corri estabanadamente, de lá para cá,
até conseguir sair do labirinto em que se transformara o longo corredor que me
separava do quintal. Encontrei o sabiá imóvel, com os olhinhos abertos. Vivo!
Quando andou, tive a impressão de que estava com algum problema ou dor em uma
das asas; mas não tive certeza. Levei-o para dentro. Fechei todas as aberturas.
O gato é ágil, silencioso, inteligente; ele ia voltar... já sentira o cheiro e
o sabor da vítima. Acreditei que fosse mais possessivo do que medroso. Mas não
voltou. Subestimei o gato; ele não era medroso;
era astuto e excelente jogador: sabia reconhecer o momento de recuar. Então
eu acarinhei o sabiá e passei reiki por
um bom tempo, desejando ardentemente que sobrevivesse; por ele e por mim, que
sentia o peso enorme da culpa por ter interferido e o ofertado, sem querer, ao
gato.
Assim que, por dois dias, cuidamos
do sabiá; oferecendo água, minhoquinhas e reiki, com muito zelo. Observando
melhor, percebemos que era um filhote! Nossa netinha também envolveu-se nos
cuidados e até batizou o sabiá: "é Luano,
vovó"!!! Ele foi muito paparicado:
fotografado e até ganhou um
“retrato”, desenho da Maria Margot!
Hoje, de manhãzinha, depois do
“trato” e de um treino, ele voou.
Vida longa, Luano!!!domingo, 24 de janeiro de 2016 | Filed in:
É dourado de sol, o Villa!
Dourado de luz. Luz do sol! E é
belo, é singelo, é confortável. Bom de ficar. Bom de morar. Das janelas e áreas
livres, bom de contemplar os quadros ofertados pela generosa Natureza! Detalhes
são seu tesouro, sua diferença.
Uma brisa acaricia a gente... delícia! E balança
os barcos, lá no mar, onde gaivotas equilibram tranqüilidade; galantes e
altivas. E provoca as árvores, que respondem coreografias! E modula voos da
passarada!
Um avião, no horizonte, puxa um
cordão de sonhos; deixa um montão de saudades...
Pedras saídas das profundezas do
mar, abraçadas e ancoradas entre arbustos, feito uma ilha, contemplam os
últimos raios de sol que douram, entre tantas outras coisas, prédios,
casas, o Villa Doratta!
A noite já espia, atrás da
cortina, palpitante! E o cenário vai mudando... Risos e cantorias cedem aos
cochichos. Hora de recolher, aquietar. Quem fica, quem vai? E quem vai, vai pra
lá ou pra cá? Há uma resistência, um atrapalho no ar...
Um barco retardatário chega no
ancoradouro. Desliza suave e seguro. E o pescador, em pé, majestoso; remo feito
lança; comanda movimentos e segredos, numa interação comovente e sagrada com o
mar, as pedras, a quietude e a solidão. Ele puxa um outro barco. Um barco
vazio, cheio de ausências, que depois de ancorado, fica ali, soluçando,
baixinho, suas cores e saudades. Mais um
barco abandonado. Por quê?
O novo cenário já está pronto. A
noite entra em cena, bela e sutil! Luzes brilham, unânimes, em todos os lados e
direções e assim, o Villa continua dourado!
O tempo segue. Sábado vai virando
domingo. Ausência aqui é presença lá. Tudo certo! Presos ao corpo, não podemos
estar, ao mesmo tempo, em dois lugares. Mas, rápido, elástico e atemporal, o
amor se reinventa e consola! E se aninha em metáforas brilhantes, dissolvendo
distâncias e impossibilidades!
Volto para casa.
Até outro dia, Villa Doratta!
Floripa.
domingo, 10 de janeiro de 2016 | Filed in:
Voltar
pode ser
bom.
Olhar as
mesmas coisas
com
outro olhar,
renovado
olhar!
Ver o
que antes não via
e se
encantar!
Ou
reencantar
com o
que antes havia
mas não
percebia.
Voltar
pode não ser bom.
Olhar
mesmas e
agora
velhas coisas,
mofadas,
mal cheirosas,
pesadas...
porque
os olhos
não abriram
e as
lembranças
engordaram
de ranço
e
excessos narcísicos.
Voltar é
bom!
Quando o
coração
está
livre
e desliza,
em paz,
no
presente.
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Lagartear...
Ah! Um
solzinho!
Calorzinho
gostoso...
E se
tiver uma brisa
destas
especiais
que vêm
do mar
nas
tardes preguiçosas
do
verão...
Fechar
os olhos...
relaxar,
deleitar,
viajar...
adentrando
horizontes,
investigando direções
nuvens e
ares...
visitando guardados
e saudades!
Ah!
Lagartear....
arte
refinada!
“Expert”, nela?
Só o lagarto!
E ela
quer aprender:
curiosa Chanson,
gatinha
manhosa!
Eu,
“idem”!!!
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No
primeiro instante,
o
coração fica apertado
se
esconde atrás da porta,
rebelde.
E ali,
sozinho, se estica,
arregaça,
rasga,
sem
ninguém ver.
Óculos embaçam
soluços
se atropelam,
atordoam
e calam.
O dia
anoitece,
a
noite enlouquece
e
vagueia entre as sombras
do nada,
do vazio,
do sem
sentido.
No
primeiro instante
morre o
riso
o som, a
cor,
a razão
e
morre o
encanto.
No
primeiro instante
tudo é desamparo
vira
estilhaço, fragmento.
Inconsciência...
quando
eles vão embora!
Os que
eu amo!
Cada um
leva um pedaço,
que não
se desgruda...
enredando
em saudade,
sanfonando
minha alma...
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016 | Filed in:
Rezar,
agradecer!
Faz
bem!
Impulso
que vem
das
entranhas;
no
encontro
da
singularidade absoluta
com
o plural desconcertante:
eu,
o outro, nós.
Alento!
Nesta
intimidade
brota
o agradecimento,
o
reconhecimento do outro
e
a oração genuína!
Esta
que cura, conforta, encoraja
aproxima
e organiza!
Assim,
brincadeiras e
melodias
infantis
num
improviso,
de
repente,
transformam-se
em
pura,
doce
e
agradecida oração:
“obrigada pelo papai,
obrigada pela
mamãe!
Obrigada pela vovó;
obrigada pelo vovô!
Obrigada pelo biso
e obrigada pela
bisa!
Obrigada pelos
dindos”...
Eles me divertem
com muita paciência”!
Obrigada pelos frutos!
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016 | Filed in:
Muita
luz e muito brilho
brindes,
gritos, palmas,
risos,
abraços, música
e alguns
exageros.
Eu vi.
Tentei
mergulhar
no
frenesi esperançoso
e quis
acreditar
nas
promessas e
na magia
dos belos
desenhos
de luzes
que se
revezavam no céu.
Mas não
deu.
Eu vi as
máscaras.
Vi o
real,
apesar
do barulho e
das
maquiagens.
Os olhos
viam “beleza”
mas o
coração sangrava.
Senti as
ausências
lamentei
desencontros
morri
diante da impotência.
Eu quis
silêncio!
Desejei
ardentemente quietude
e pouca
coisa.
Bem
pouca. Silêncio.
Meus
ouvidos então gritaram seu cansaço!
Meus
olhos, o fastio da mesmice.
Minha
fala, a ausência de palavras.
Meu
corpo, o desrespeito aos meus limites.
Meu
coração, o peso da repetição inútil.
Minha
alma, a saudade de mim!
Desejei
mais ardentemente o silêncio,
mergulhar fundo e mais fundo
nesta
morte benfazeja.
E fiquei
no fim.
Estou no
fim
escutando
o vazio dos meus buracos.
Aquietada,
dentro.
Cumprindo,
ainda, fora.
Mas
pouco. Não quero mais.
Mergulhada
neste nada
sinto
que algo se move
lentamente,
sem pressa.
Intuitivamente
sei o que é.
É minha
fênix reagindo!
Essa
força de amor
que não
me abandona
porque é
real.
É de
amor que são feitas
as
minhas entranhas
por
isto, renasço!
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