No primeiro instante


No primeiro instante,
o coração fica apertado
se esconde atrás da porta,
rebelde.
E ali, sozinho,  se estica,
arregaça, rasga,
sem ninguém ver.
Óculos  embaçam
soluços se atropelam,
atordoam e calam.
O dia anoitece,
a noite  enlouquece
e vagueia entre as sombras
do nada, do vazio,
do sem sentido.
No primeiro instante
morre o riso
o som, a cor,
a razão e
morre o encanto.
No primeiro instante
tudo é desamparo
vira estilhaço, fragmento.
Inconsciência...
quando eles vão embora!
Os que eu amo!
Cada um leva um pedaço,
que não se desgruda...
enredando em saudade,
sanfonando minha alma...

 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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