domingo, 20 de março de 2016 | Filed in:
Circulava
entre os grupos de trabalho, mal contendo a alegria que me tomava e
transbordava, ouvindo as conversas, o jeito como estavam lidando com as opiniões
divergentes em relação ao texto, à ilustração, tipo de letra, de cor e de borda dos
cartazes... De repente, um chamado:
-
Profe!
Aproximei
e o menino perguntou-me, baixinho:
-
Profe, você acredita no Coelhinho da Páscoa?
-
Claro!
Ele
sorriu! Eu sorri, feliz e liberta! E visualizei o laço! Sabe, um laço? Daqueles
bonitos e perfeitos? Que a gente não tem coragem de desmanchar para abrir o
presente? E, que muitas vezes, é muito mais bonito que o próprio presente? Bem
este. Lindo! Senti o nosso laço aprofundar e embelezar, com esta nova cumplicidade
estabelecida!
Que
delícia! Que oásis este imaginário que colore e dá suportabilidade ao cotidiano
seco, bruto. Metáforas que embalam a infância e ficam atualizando doçuras
quando tudo perde cor e sabor nas outras fases da vida...
No
real cotidiano, que não poupa nada, nem ninguém, nem as crianças e seus ouvidos
e percepções sensíveis; cotidiano de profundos e inaceitáveis retrocessos, repetições
e decepções; de imediatismos; carência de respeito, paciência, renúncia, altruísmo e humildade para fazer
o mea-culpa; de excessivo exibicionismo de força, falta de caráter, poder, hipocrisia, infantilidades e julgamentos, no mundos dos adultos...
ah! Como cai bem um Conto de Fadas! Viajar
na melodia “Botei meu sapatinho, na janela do quintal”... Encontrar, de manhãzinha, pegadinhas do
Coelho da Páscoa sinalizando e encaminhando para estes pequenos, inesquecíveis e acalentadores prazeres... que
não têm preço! Não têm preço!!!!
Uma realidade, onde fadas, príncipes, bruxas,
elementais, super-heróis acolhem, protegem, têm poder e resolvem todos os
problemas, vencendo medos, monstros, o MAL. Ah! Este mundo paralelo que alimenta e
possibilita o sonho, a criação, a arte, a elaboração dos aprendizados, o ideal,
o olho brilhante, o sorriso, o renascer, reconstruir e seguir em frente! Com
encanto! Que não o percamos de vista! Ou, pelo menos, não o inviabilizemos às crianças.
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