segunda-feira, 26 de dezembro de 2016 | Filed in:
Labaredas
se enlaçam
brincando entre as
brasas.
Uma neblina antecipa a
noite...
A chaleira chia sua
quentura
e chama,
fervorosamente!
A máquina de lavar
não conhece discrição
vai lavando roupa suja
sem medir o tom.
Longe, um comentarista
esmiúça uma partida de
futebol,
não se sabe onde
e nem para que ouvinte.
Quem se importa?
O entardecer de domingo
pertence aos refugiados!
A estes desamparados
que chegam, ao
entardecer,
de mãos vazias,
expulsos do prazer esperado,
embutido nas promessas
e deleites,
que horas que não
passam,
fazem no cotidiano.
Lá se esvai mais um
domingo
sem revelar seu
segredo:
a que veio?
Ah! Talvez, domingos
não sejam
para deleites ou
descansos
mas para hiatos.
Quebras. Desmanches.
Morte da ilusão, da
falácia,
do sonho, da fantasia,
do ego..
È de chorar, no
entardecer...
E ver que do choro,
de
pouquinho em pouquinho,
nasce a noite
e dela, a luz! E daí...
A esperança!
Linda! Cheia de planos...
Vaidosa! Trazendo
belos trajes diferentes,
enfeitados de incógnitas
e descompassos...
Um para cada dia,
menos para o domingo;
onde tudo deságua,
onde tudo se junta
tudo se acaba
tudo recomeça.
Um chá de anis,
por favor!
Eu e minha alma
precisamos deste
carinho
e deste calor,
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