Os manos e a Tata



Eles me chamam de Tata, desde pequenos, os meus irmãos. Eu gosto. 
-“Tata! ...” -  ouço e me volto para eles e neste movimento, através deles vejo o nosso passado. Nossa vida em casa, juntos. Tudo tão intenso, um pouco tenso naquele cotidiano longínquo... muitos detalhes, encontros, ausências, afinidades, solidão, conflitos, medos, afetos e parceria, distanciamentos (diferenças na criação; eles guris, eu guria), silêncios, confidências e confiança...
Bonitos, os meus irmãos! Homens fortes, “durões” (só na casca!), lutadores, sérios diante das coisas da vida; de abraço amoroso, de olhar terno, coração derretido, sorriso largo, divertidos; buscando essencialidades; tentando ser melhor naquilo que percebem, conseguem, desejam. De alma sensível, do BEM. Com cada um deles, uma proximidade, cumplicidade e lidança diferente!
Uma irmã teria sido mais próxima e terna para comigo do que eles? Não! Por isto deixei de desejar uma e passei a desejar uma filha.  
Reencontros fundos, ao longo do tempo, tivemos: eu e meus irmãos; estas queridas partes importantes da minha vida! Carinho que muitas e muitas vezes me faz falta no cotidiano... ”Tata”, expressivo e doce elo fraterno; nó que nos enlaça! E no qual gosto de estar! Que me fortalece!

Já vivenciamos grandes hiatos; mas em momentos duros, quando um e outro precisou, um de nós estava lá e se importou! E quando o pai precisou, todos estávamos lá!  Todos em “UM”; voz embargada, olho lacrimejante, coração pulsante,  transbordante, cheio de esperança e gratidão!!!! Os manos e a Tata estavam lá, juntos.




 

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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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