sábado, 8 de abril de 2017 | Filed in:
Uma das coisas mais bonitas, neste
ofício de ser professora, são os inusitados; isto que não estava no
planejamento e aconteceu, nos arrebatou e levou a um algo que nem sempre é
possível nominar; sempre bom e nutritivo.
Assim foi na quinta passada. O livro
me encontrou logo de manhazinha, na biblioteca da escola, quando eu escolhia
uns livros para os alunos: “ADIVINHA QUANTO EU TE AMO”, o título. Desarmante!
Um livro falando de amor. Coisa simples. Deste amor que a gente sente e quer - eu
estou sempre tentando - traduzir com palavras. Amor que inunda. Que não tem
nada a ver com qualquer coisa interesseira ou de posse ou que se possa
barganhar. Amor que é. Não consegui deixar o livro na biblioteca; separar-me
dele!
Ele
me acompanhou nas aulas, o dia inteiro e ao iniciar cada uma delas, eu li para
os alunos, todos; dos menores aos maiores, os mais exigentes, os
pré-adolescentes, críticos que só!
O texto produziu silêncio, quietude, brilho no olho, sorrisos doces, ternura. Os menores, de cara, identificaram-se com o filhote. Os maiores, com mais tempo de vivência, perceberam com maior clareza, o que se passava entre o pai e o filho, personagens da história: um tentando mostrar ao outro, o tamanho do seu amor.
Neste cotidiano de extremos e contradições, onde as gentes, apesar do conhecimento e avanços tecnológicos, ainda não conseguem conversar, guerreiam e manipulam o tempo todo com a palavra, o poder, armas químicas, bombas e o ego; constatar que um abraço, alguém que se importa e que ama “ida e volta”... ah! é tudo de bom!
O texto produziu silêncio, quietude, brilho no olho, sorrisos doces, ternura. Os menores, de cara, identificaram-se com o filhote. Os maiores, com mais tempo de vivência, perceberam com maior clareza, o que se passava entre o pai e o filho, personagens da história: um tentando mostrar ao outro, o tamanho do seu amor.
Neste cotidiano de extremos e contradições, onde as gentes, apesar do conhecimento e avanços tecnológicos, ainda não conseguem conversar, guerreiam e manipulam o tempo todo com a palavra, o poder, armas químicas, bombas e o ego; constatar que um abraço, alguém que se importa e que ama “ida e volta”... ah! é tudo de bom!
Na última turma da tarde, uma menina,
timidamente, mas investida de verdade, me surpreendeu. Ela dificilmente se
manifesta no grande grupo. Pediu a palavra: “eu tenho este livro em casa, professora.
Minha mãe sempre lia para mim, quando era menor. E ela dizia: “ filha, eu te
amo daqui até o céu”! E eu respondia: “ e eu, mãe, te amo ida e volta”!
Depois disto, como já foi dito por
alguém, em algum lugar, “ o resto é silêncio”. Uma quietude pairou no ar e cada
um concentrou na sua prova.
ADIVINHA QUANTO EU TE AMO!
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