sábado, 1 de maio de 2010 | Filed in:
Caminhava pela areia, sentindo as conchinhas partirem-se ante minhas pisadas, o que era uma delícia!. A manhã estava radiante! Sem espaço para nada além de beleza e alegria! O pequeno grupo de alunos não corria e não se “atirava” numa exploração sem cuidado do ambiente, especialmente das rochas convidativas; como seria de se esperar das crianças! Estavam tranqüilos e observavam, sim, o ambiente, com grande interesse e atenção... um deles, deitou-se sobre uma rocha, abraçando-a e ali ficou por longos momentos, em silêncio... será que estava “sentindo” a rocha? Outro, sentou-se numa pedra e quedou o olhar no horizonte, parecendo emocionado com algo que não traduziu com palavras. Aproximei-me dele e sem falar, ficamos experimentando a areia repleta de conchinhas, erguendo bem alto um punhado dela e soltando ao chão, como se fosse “chuvinha”... com outro, escolhemos e recolhemos as maiores conchinhas que encontramos para levar pra escola e trabalhar conceitos lógico-matemáticos... Ao mesmo tempo, eu observava o movimento dos demais, junto aos outros professores, integrados no espaço, rindo, felizes, tirando fotos, conversando coisas... um deles, cumprimentando a quem passava, educado e gentil! Adiante, vi pessoas se banhando, tomando sol; outras caminhando; outras ainda, pescando e lá bem distante, os prédios, o trânsito, o cotidiano de uma sexta-feira... e nós ali, passeando, numa saída rápida da escola... Eu pensei: isto alimenta o meu mundo! E o meu olhar dava conta, junto com minha compreensão, desta existência de “mundos” diferentes que se tocam a todo instante, muitas vezes sem se compreender, algumas vezes conseguindo somente se ferir e algumas outras, conseguindo interagir, partilhar, ver e sentir juntos!
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