domingo, 2 de maio de 2010 | Filed in:
O dia acordou devagarinho
eu espiei encantada!
Vi como a luz da lua
foi se despedindo
lentamente,
doce e apaixonada
da noite,
dando lugar, com
antecipada saudade,
à luz do sol menino
que chegou faceiro
curiosíssimo,
cheio de disposição!
Um dia lindo
chegando para todos
aqui, ali e lá e aí...
(este o valor maior!)
E também pra’s
gralhas azuis
que descobriram
a bananeira escondida!
Elas chegaram há alguns dias
e se revezam no alarido
e na divisão das
bananas maduras
bem aqui ao lado
da minha janela!
Isto me recorda a situação de muitos animais e entre eles, as aves; extintos, ameaçados de extinção ou “quase ameaçados”, como a gralha azul; todos vítimas destes que acreditam que o “sol nasce só para eles” e devastam, desmatam, poluem, destroem sem pensar nas consequências. A lenda da gralha azul é bonita, mais ainda o seu trabalho solidário: “Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do pinheiro. Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la em tábuas. Quantos anos levou a natureza para que o pinheiro atingisse aquele porte majestoso e agora, em poucas horas, estaria estendido no solo, desgalhado e pronto para entrar na serralheria do grotão. A gralha acordou. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu coração. Num momento de desespero e simpatia, partiu em vôo vertical, subiu muito além das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo. Lá nas alturas, escutou uma voz cheia de ternura: - Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias. A gralha subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu: - Volte avezinha bondosa, vai novamente para os pinheirais. De hoje em diante, Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheirais. O pinheiro é o símbolo da fraternidade”.
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