sábado, 22 de maio de 2010 | Filed in:
O sol acordou de supetão, espiou e, preguiçoso, puxou uma nuvem, cobriu-se e voltou a dormir mais um pouquinho... eu fiquei esperando, pacientemente... e então ele retornou. Mas vejo que não está muito disposto. Um pouco melancólico, de óculos escuros; mas produzindo efeitos! A passarada já está fazendo a maior algazarra ao redor! E o meu “muso inspirador” já acordou aqui dentro da minha cabeça, dos meus olhos, do meu coração e, como sempre, quando ele acorda, o sol, o ar, a alegria e tudo de bom se instaura e qualquer coisa se torna especial, fica bonito! Estes dias de chuva que persistem e se alternam com o sol, colocando limites numa porção de coisas e mantendo um clima geral de introspecção, em mim evocam muita saudade. Pequenas, gratas e intensas vivências, que trouxeram, depois, frutos deliciosos! ... Um dia de chuva numa manhã muito distante, a água em correria, ladeira abaixo, atropelando pedrinhas, borbulhando e eu, com as botas de borracha, bravas, lutando “contra a maré”, subindo a ladeira e chegando vitoriosa na escola... A sineta da escola chamando e a gente (eu e meus colegas) correndo pra fila, esbaforidos, de avental branco, olhos brilhantes, nos aprumando, cheios de desejo de “um não sei o quê” (talvez fosse o desejo de viver, de descobrir, de saber o que viria logo ali ou muito mais além...) ante o olhar austero da professora... A emoção desmedida nos desfiles de 7 de setembro, o coração aos saltos, mãos suadas, pernas travadas desfilando diante da multidão aglomerada nas calçadas... o som do hino Nacional e o som da fanfarra ecoando nos ouvidos e no coração, enchendo os olhos de lágrimas emocionadas e comandando o compasso dos passos! Saudade do porão da igreja, do grupo de jovens (JUPI), das reuniões secretas, do pão, dos sonhos, dos ideais místicos descobertos e partilhados... Das aulas na faculdade, da seriedade, do momento da grande abertura dos olhos para o social, fortalecendo o ideal... Dos sonhos de ser feliz sonhados nas tardes ensolaradas, nas noites frias e estreladas... da espera pelo amor que um dia chegaria para dar sentido e cor aos dias... Tão vivo, forte, ainda! Tão bom lembrar porque não está preso; está circulando livre e ainda produzindo reações e ações no presente. Da minha janela, agora, vejo que o sol realmente está introspectivo, hoje. Talvez esteja recordando, também. Imagino quantos dias e lembranças de hoje até o início dos tempos!!!
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