domingo, 25 de setembro de 2011 | Filed in:
Justo dizer que Tilia fizera muitas tentativas... Agora o tempo expirava. Agora não aconteceria mais. O sol se punha, definitivamente, para ela. Não haveriam mais os amanhãs, outras chances, os depois, os mais tarde ou os quando der ou os quando isto ou aquilo estiver resolvido; quando for possível... O ponto final do seu último texto estava muito próximo. E todos os seus queridos estavam ali. Expressando seu bem querer a ela. Então, num último esforço, derradeiro deleite, dirigiu seu olhar para aquele a quem mais amava! Ele entenderia, agora que ela não tinha, realmente, como usar as palavras, apenas o olhar? Colocou o que lhe restava de ímpeto e de sopro de vida, nos olhos, que por instantes, brilharam intensamente, ansiosos (mesmo ali, quando nada mais era possível, o sonho ainda estava intacto!) e quis saber:
Como seria viver,
ver o mundo contigo?
Que sabor teriam as coisas?
Haveriam conversas
na madrugada?
Poderia ouvir os
barulhos do silêncio
comigo?
Me convidaria para
passear ao luar
e me ajudaria
a cuidar do amor?
Veríamos um filme,
abraçados?
Ouviria uma música
de olhos fechados
e encontraria a minha mão,
partilhando a emoção?
Me convidaria para dançar e,
enlaçados poderíamos
sempre nos tocar,
viver nossas singularidades
e nos respeitar?
Permitiria eu te abraçar,
quando quisesse, sem hora,
sem tempo e sem lugar?
E me dar pra ti
com desejo de te fazer feliz?
Aceitaria ser ainda
e para sempre
meu muso inspirador,
meu amor?!
– Ele sorriu e apertou sua mão! Tília fechou os olhos em paz e o céu se abriu para ela.
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